Quais são as etapas do planejamento estratégico: conheça as 4 principais e as melhores ferramentas

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Desde que comecei a acompanhar de perto projetos estratégicos de empresas de diferentes portes e segmentos, percebi que muitas delas até têm consciência da importância das etapas do planejamento estratégico, mas esbarram em um problema sério: não existe um roteiro claro que guie desde o diagnóstico até a execução.
Sem esse mapa, já vi muitas equipes ficarem desencontradas, prioridades se perdem e iniciativas realmente transformadoras não saem do papel.
Quando isso acontece, a área da estratégia elabora documentos potentes, mas quando chega a hora de implementar, falta clareza sobre quem faz o quê, quais prazos e como acompanhar o progresso.
Por isso, neste conteúdo aqui, espero te ajudar com orientações práticas de como navegar e executar as etapas do planejamento aí na sua empresa. Continue a leitura e confira!
Quais são as etapas do processo de planejamento estratégico?
Agora que já sabemos a importância de colocar em prática essa ação visando alcançar os objetivos da empresa, sempre surge a dúvida: por onde começar?
A verdade é que cada empresa possui suas particularidades. Por isso é tão difícil ter uma lista de etapas completa, em um formato de receita de bolo, que se encaixe em todos os padrões de diferentes modelos de negócios.
No entanto, existem etapas cruciais para a grande maioria dos planejamentos. São eles:
1- Diagnóstico estratégico
O primeiro passo nas etapas do planejamento estratégico, é quando precisamos olhar atentamente para dentro: os processos, estrutura, cultura, recursos e resultados. É aqui que você deve analisar se a sua empresa tem solidez ou se há gargalos invisíveis dificultando os avanços desejáveis.
Em seguida, voltamos os olhos para fora: como o mercado está mudando? Quem são os competidores? Quais forças macro influenciam nosso negócio (política, economia, tecnologia, tendências sociais e ambientais)?
Por que isso importa? Sem esse entendimento, corremos o risco de trilhar uma rota baseada em suposições. Já vi inúmeras empresas definirem metas ambiciosas e, quando chegou a hora de executar, se depararem com surpresas: confusão de papéis, recursos mal alocados e iniciativas não fazem sentido no cenário real.
Por isso, comece definindo quem será responsável por esse diagnóstico. Será necessário uma equipe que una visão interna e externa com clareza de escopo e prazos. Durante esse período, combine entrevistas com líderes, análise de KPIs, relatórios de mercado e sessões de exploração com metodologias como SWOT, PESTEL e cenários.
Essas ferramentas ajudam a estruturar insights: o que somos bons, onde precisamos evoluir, o que o mercado oferece e quais ameaças nos rondam. Não tem nada de teórico é um mapa claro do ponto de partida.
Por fim, o mais importante: coletamos visões diversas e validamos tudo com stakeholders. Esse passo, muitas vezes subestimado, gera duas coisas valiosas: engajamento e ajustes pontuais antes de seguirmos em frente. Se a execução falha, a maior parte das vezes foi porque o diagnóstico ignorou vozes que estavam “lá na frente”.
2- Defina os direcionadores estratégicos
Depois de entender onde estamos, o próximo passo é responder: “por que existimos, para onde vamos e como vamos navegar até lá?”. É aqui que surgem os chamados direcionadores estratégicos, que são os pilares que dão sentido ao planejamento.
Vamos conhecer mais da missão, visão e valores das empresas para as etapas do planejamento estratégico:
#1 Missão: o motivo que nos impulsiona hoje
A missão é a resposta para “por que existimos?”. Ela comunica de forma clara e direta qual problema resolvemos, quem atendemos e como fazemos isso. Uma declaração forte ajuda a unificar o time. Envolve pesquisa com usuários, entrevistas e comparação com concorrentes para que nossa missão seja simples, inspiradora e única.
Alguns exemplos de missão de grandes empresas:
- Google: Nossa missão é organizar as informações do mundo para que sejam universalmente acessíveis e úteis para todos.
- Mc Donald’s: Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpatia num ambiente limpo e agradável.
- Nike: Vender artigos esportivos, buscando inovação tecnológica e proporcionando conforto para seus clientes.
- Wallmart: Vender por menos para as pessoas viverem melhor.
#2 Visão: o futuro que queremos construir
A visão aponta onde queremos chegar em médio ou longo prazo. É uma ambição com base na realidade, ainda que ousada. Deve ser mensurável ou, pelo menos, ter um horizonte temporal. Uma boa visão inspira a equipe porque gera sentido em cada ação hoje.
São exemplos de visão de algumas grandes empresas:
- Disney: Criar um mundo onde todos possam se sentir crianças.
- Braskem: Nossa visão estratégica é ser a líder mundial da química sustentável.
- Wizard: Ser uma empresa reconhecida por sua excelência no ensino de idiomas.
- Cacau Show: Ser a maior e melhor rede de chocolates finos do mundo, oferecendo aos seus clientes e aos seus parceiros uma relação duradoura com foco no crescimento, na rentabilidade e na responsabilidade socioambiental.
#3 Valores: quem somos no dia a dia
Enquanto missão e visão falam ao “para que” e “onde”, os valores tratam do “como”. São princípios éticos e comportamentais que guiam nossas escolhas, cultura e estilo de atuação cotidiana. Por meio deles, definimos o tom do relacionamento interno e externo.
Os valores da Natura, por exemplo, são:
- Humanismo;
- Criatividade;
- Equilíbrio;
- Transparência.
3- Formulação da estratégia
Na sequência das etapas do planejamento estratégico, chegamos à formulação da estratégia: a fase crucial em que dados viram decisões.
Sabe o diagnóstico com o SWOT, PESTEL e cenário competitivo? A formulação dependerá diretamente deles e vai transformar tudo em objetivos claros, iniciativas com impacto real e metas mensuráveis. Sem ela, corremos o risco de criar belos planejamentos que fogem da realidade da empresa.
#1 Priorize com propósito
Nas etapas etapas do planejamento estratégico anteriores, você identificou o cenário, agora comece identificando quais temas merecem atenção urgente, priorizando os mais críticos. Um erro bastante comum aqui da alta liderança é querer fazer tudo ao mesmo tempo e isso nunca é possível.
Por isso, será necessário priorizar, por exemplo, um mercado emergente, redução de custos operacionais ou fortalecimento digital. A escolha só deve vir após identificar onde a marca tem força e vulnerabilidade e quais oportunidades o mercado oferece, para conseguir identificar o que é prioridade.
#2 Estabeleça objetivos estratégicos SMART
Cada prioridade vira um objetivo formulado com clareza: específico, mensurável, acionável, relevante e com prazo. Por exemplo, “aumentar em 20% a base de clientes corporativos até dezembro de 2025”. Isso traz rigidez e flexibilidade ao mesmo tempo, pois permite ajustes sem perder o foco.
Leia também: Exemplos de metas SMART: entenda o que é na prática e como você pode implementar na sua empresa
#3 Transforme objetivos em iniciativas robustas
A partir dos macro objetivos, elabore iniciativas práticas: lançar um novo produto, implementar CRM, fortalecer canais de vendas ou reestruturar processos internos. Essas iniciativas devem ser compatíveis com sua realidade, com responsáveis definidos e recursos estimados.
#4 Defina indicadores e governança
Sem métricas, não há diretriz. Nessa etapa, selecionamos indicadores-chave, como CAC, NPS, ROI, entre outros, e estruturamos uma governança simples: sessões de acompanhamento, frequência de reunião, sistemas de monitoramento etc. Ferramentas como o Balanced Scorecard ajudam a garantir visão multidimensional .
4- Desdobramento da estratégia
Dentro das etapas do planejamento estratégico, o desdobramento da estratégia é o momento em que damos um salto de qualidade. Nada adianta ter uma estratégia bem formulada se ela não consegue chegar aos níveis tático e operacional com clareza e propósito para serem executados.
O desdobramento da estratégia é o processo de traduzir metas amplas em objetivos e ações específicas para cada área e colaborador. Aqui, cada pessoa entende exatamente por que não está sendo boa apenas, mas por que isso impacta diretamente o sucesso da empresa como um todo.
Um passo a passo para fazer o desdobramento da estratégia envolve:
Como fazer o desdobramento da estratégia na prática
- Comece envolvido com o topo da liderança: É essencial que o time executivo participe ativamente, pois é ele quem dá o tom e influencia a cultura de execução — seja em reuniões ou na comunicação diária.
- Quebre os objetivos estratégicos em metas táticas e operacionais: Use métodos como GPD, BSC ou Hoshin Kanri para transformar metas anuais em planos claros com prazos, responsáveis e indicadores em cascata.
- Defina metas SMART e aplique os 3Qs: Atribua objetivos mensuráveis, com quem vai executar, quando será feito e como será feito.
- Distribua responsabilidades e recursos: Todos os envolvidos devem saber seu papel e isso exigirá clareza sobre orçamento, tempo e ferramentas disponíveis. Planeje antes de exigir resultados.
- Estabeleça governança e acompanhamento constante: Defina reuniões periódicas, faça revisões semanais ou mensais, e comunique os avanços com transparência, usando dashboards, relatórios e até feedback direto.
- Promova feedback em tempo real: Fomente as equipes a reportarem não apenas respostas, mas sugestões de melhoria, criando um ambiente em que a estratégia é co-criada a cada passo.
5. Execução e acompanhamento
Se chegamos até aqui, já passamos pelas principais etapas do planejamento estratégico. Agora, estamos diante da fase mais pragmática: colocar em prática e garantir que tudo se converta em resultados reais, e não apenas em documentos bonitos na prateleira.
Executar a estratégia exige mais que boa vontade. É preciso estabelecer responsabilidades claras, canais de comunicação eficientes e ciclos regulares de monitoramento. Pesquisas mostram que entre 60% e 90% das estratégias falham justamente por falhas nesse momento crítico.
Isso acontece quando ninguém assume a propriedade das iniciativas, metas não são acompanhadas e a execução se perde em meio à rotina.
Para evitar esse desastre nas suas etapas do planejamento estratégico, sugiro você começar com reuniões de lançamento entre os responsáveis por cada iniciativa. Nelas, revisamos juntos os objetivos SMART definidos anteriormente, os indicadores que medirão nosso progresso, os recursos disponíveis e os prazos acordados.
A clareza gerada nesse encontro inicial reduz significativamente o risco de desvios futuros.
Monitore para identificar desvios e aprender rápido
Utilize dashboards ou ferramentas como Planilhas, Power BI ou sistemas de gestão como o STRATWs One, facilita a visualização em tempo real do que está avançando ou travando nas etapas do planejamento estratégico.
Conforme orienta o Balanced Scorecard, essa prática permite acompanhar múltiplas dimensões, como finanças, cliente, processos e aprendizado .
Um ponto que destaco sempre: não espere os erros aparecerem no final. O monitoramento contínuo possibilita detectar pequenas falhas antes que virem problemas maiores. Isso sustenta um ciclo de feedback rápido, onde corrigimos rotas sem comprometer resultados e aceleramos o aprendizado da equipe.
Engajamento, governança e capacidade de adaptação
Parte do sucesso das etapas do planejamento estratégico está no envolvimento genuíno das pessoas. As reuniões de acompanhamento não são apenas para revisar números; são momentos para reforçar o propósito, compartilhar vitórias, alertar para riscos e receber sugestões de melhoria.
Esse engajamento cria senso de pertencimento e urgência, evitando que a estratégia se torne apenas mais uma atividade burocrática .
Além disso, é preciso ter maturidade para ajustar o plano conforme o mercado muda.
Conforme recomendam especialistas, as melhores estratégias são aquelas que se adaptam e não as que estão gravadas em pedra . Inclua revisões periódicas (mensais ou trimestrais) com a liderança e o time executador, para checar se os indicadores ainda fazem sentido, se há necessidade de realocar recursos ou até pivotar alguma iniciativa.
Próximos passos
Depois de estruturar todas as cinco etapas do planejamento estratégico, você precisa de algo que sustente a execução, garanta governança e permita ajustes rápidos, sem dispersar esforços em planilhas soltas ou sistemas distintos. O STRATWs One proporciona isso ao concentrar a informação estratégica num único ambiente, consolidando ferramentas de gestão, indicadores e comunicação.