As 7 técnicas de análise de risco fundamentais nas empresas

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técnicas de análise de risco

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Em um mundo onde os riscos são tão variados quanto as oportunidades, a habilidade de prever e mitigar ameaças potenciais se torna quase uma questão de sobrevivência empresarial. Por isso, as técnicas de análise de risco se tornam fundamentais para qualquer empresa.

Afinal, cada decisão tomada sem uma compreensão adequada dos riscos envolvidos é como um salto no escuro.

Ao longo deste artigo, te ajudo a desmistificar as técnicas de análise de risco, destacando não apenas as suas importâncias, mas também como uma abordagem meticulosa e bem informada pode transformar riscos em resultados.

Continue a leitura deste conteúdo e confira as principais técnicas de análise de risco.

Golden Circle

1- PFMEA

A técnica de Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos no Processo (Process Failure Mode and Effective Analysis), mais conhecida pela sigla PFMEA, é uma das técnicas de análise de risco sistemática e estruturada utilizada para identificar e analisar potenciais falhas em um processo antes que elas ocorram.

Com raízes na engenharia de produção e qualidade, essa abordagem visa aumentar a confiabilidade e segurança dos processos ao revelar pontos de fragilidade e possibilitar intervenções proativas.

O PFMEA é realizado em várias etapas meticulosas, começando com a identificação de cada etapa do processo e seus respectivos componentes. A equipe envolvida então brainstorming sobre todos os possíveis modos de falha para cada componente – o que pode dar errado?

Em seguida, avalia-se a severidade dessas falhas potenciais, a probabilidade de ocorrência e a capacidade de detecção, gerando assim um Índice de Prioridade de Risco (RPN, do inglês Risk Priority Number). Esse índice ajuda a determinar quais riscos requerem atenção imediata.

Em um ambiente de fabricação, o PFMEA pode ser usado para analisar o processo de montagem de um produto eletrônico, identificando falhas potenciais como soldas fracas ou componentes mal instalados.

Em serviços, pode analisar o processo de atendimento ao cliente, identificando falhas como demora no atendimento ou informações incorretas sendo fornecidas.

2- What if

A técnica “What if”, ou “E se?”, é uma das técnicas de análise de risco mais acessíveis e intuitivas, amplamente utilizada para identificar riscos em processos menos estruturados ou em fases iniciais de desenvolvimento de um projeto.

Essa abordagem baseia-se em perguntas hipotéticas para estimular o pensamento crítico e a identificação de potenciais falhas ou problemas em um processo ou sistema.

A técnica “What if” é geralmente conduzida por uma equipe multidisciplinar, que se reúne para o brainstorming. Durante a sessão, os participantes formulam e respondem a uma série de perguntas hipotéticas começando com “E se…?“.

Cada pergunta é explorada em profundidade para entender possíveis consequências e medidas preventivas. Por exemplo, “E se o fornecedor principal falhar em entregar componentes essenciais no prazo?” As respostas ajudam a mapear cenários de risco e elaborar planos de contingência.

Em um contexto industrial, o “What if” pode ser usado para avaliar os riscos de um novo processo de produção, perguntando: “E se houver uma falha de energia prolongada?“. Em serviços financeiros, pode-se questionar: “E se ocorrer uma quebra significativa nos mercados globais?“.

3- PMBOK

O PMBOK, desenvolvido pelo Project Management Institute (PMI), é reconhecido mundialmente como uma das principais referências para o gerenciamento de projetos. Dentro do PMBOK, as técnicas de análise de risco são componentes críticos que ajudam os gestores de projeto a identificar, analisar e responder aos riscos associados a seus projetos, garantindo uma execução mais segura e previsível.

Por exemplo, ao iniciar um projeto de construção, a análise de risco pode incluir avaliações de possíveis atrasos devido a condições climáticas adversas, escassez de materiais ou falhas de equipamento. Em um projeto de TI, riscos como falhas de segurança ou atrasos na entrega de software são típicos e podem ser gerenciados usando as técnicas descritas no PMBOK.

No PMBOK, as técnicas de análise de risco seguem uma abordagem estruturada e faseada:

  1. Identificação de riscos: o primeiro passo é identificar os riscos que podem afetar o projeto e documentá-los no registro de riscos.
  2. Análise qualitativa de riscos: esta etapa envolve avaliar o impacto e a probabilidade de ocorrência de cada risco identificado, permitindo priorizar os riscos que necessitam de mais atenção.
  3. Análise quantitativa de riscos: quando necessário, esta fase utiliza técnicas numéricas para quantificar os riscos e avaliar o efeito potencial sobre os objetivos do projeto.
  4. Planejamento de respostas aos riscos: aqui, estratégias são desenvolvidas para melhorar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto.
  5. Monitoramento e controle de riscos: esta fase envolve o rastreamento dos riscos identificados, monitorando os riscos residuais, identificando novos riscos e executando planos de resposta a riscos conforme necessário.

4- APR

A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma das técnicas de análise de risco mais eficazes para a identificação precoce de potenciais ameaças em projetos ou operações. Essa técnica é particularmente útil durante as fases iniciais de planejamento e pode ser aplicada em diversos setores, desde a engenharia até a gestão de eventos.

A APR é realizada através de um processo sistemático onde cada aspecto de um projeto ou operação é examinado em busca de possíveis riscos. O processo envolve várias etapas:

  1. Identificação de riscos: listar atividades, processos e condições que podem gerar riscos.
  2. Descrição de riscos: detalhar os riscos identificados, incluindo possíveis causas e consequências.
  3. Avaliação de riscos: determinar a gravidade e a probabilidade de cada risco, ajudando a priorizar quais necessitam de mais atenção.
  4. Recomendações de mitigação: propor medidas para mitigar os riscos identificados, seja por eliminação, redução ou controle.

Em uma fábrica química, a APR pode identificar riscos como vazamentos de substâncias perigosas ou falhas mecânicas em equipamentos críticos. Para um novo software, a APR pode destacar riscos como falhas de segurança de dados ou problemas de compatibilidade de sistema.

5- 5 porquês

A técnica dos “5 Porquês” é uma das técnicas de análise de risco para rastrear a causa raiz de um problema. Originária da Toyota como parte de suas práticas de qualidade, essa técnica envolve uma investigação iterativa que simplesmente pergunta “Por quê?” repetidas vezes até que a causa fundamental de uma falha seja descoberta.

Por exemplo, se uma máquina falha repetidamente em uma linha de produção, perguntar “Por quê?” pode revelar que a lubrificação inadequada é a causa raiz, que por sua vez pode ser causada por uma programação de manutenção deficiente. Assim, ajustar os intervalos de manutenção pode ser a solução definitiva.

6- Análise de Árvore de Falhas

A Análise de Árvore de Falhas (FTA) é uma das técnicas de análise de risco mais eficazes para identificar as causas fundamentais de falhas ou problemas de segurança em sistemas complexos. Essa técnica utiliza um diagrama em forma de árvore para mapear as diversas falhas e suas interconexões que podem levar a um evento indesejado.

Analise de arvore de Falhas As 7 técnicas de análise de risco fundamentais nas empresas

Em um contexto industrial, a FTA pode ser aplicada para analisar o sistema de segurança de uma planta química, identificando falhas potenciais no sistema de controle de processos que poderiam levar a uma liberação de substâncias tóxicas. Em software, pode ser usada para investigar falhas no sistema que poderiam causar perda de dados.

7- Estudo de Perigos e Operabilidade – HAZOP

O HAZOP é uma das técnicas de análise de risco mais rigorosas e detalhadas, projetada para identificar potenciais perigos e problemas de operabilidade em processos industriais. Esta técnica é essencialmente preventiva e é frequentemente aplicada nas fases de design e revisão de sistemas e processos complexos.

A metodologia HAZOP envolve a seguinte abordagem:

  1. Revisão de processos: a equipe do HAZOP, geralmente composta por especialistas de várias disciplinas, revisa o processo em detalhes, utilizando diagramas e especificações.
  2. Identificação de desvios: utiliza-se uma série de palavras-guia, como “mais”, “menos”, “nenhum”, “também”, “outro”, etc., para explorar possíveis desvios do projeto ou operação planejada.
  3. Análise de consequências: para cada desvio, a equipe discute as possíveis consequências, considerando a segurança, a operabilidade e o impacto ambiental.
  4. Recomendações de ações: são desenvolvidas recomendações para mitigar ou eliminar os riscos identificados, que podem incluir modificações no design, mudanças procedimentais ou medidas de segurança adicionais.

Por exemplo, no setor químico, um HAZOP pode ser usado para analisar um novo processo de produção, identificando riscos potenciais como reações químicas inesperadas ou liberações de gases tóxicos. Na indústria de petróleo e gás, pode avaliar as operações de uma plataforma offshore, focando em aspectos como o controle de poços e a gestão de emergências.

Como escolher as melhores técnicas de análise de risco?

Escolher as melhores técnicas de análise de risco para uma organização ou projeto específico depende de vários fatores, incluindo a natureza do projeto, os recursos disponíveis, e os objetivos específicos do processo de gestão de riscos.

Confira algumas diretrizes para te ajudar na seleção da técnica mais apropriada:

1. Entenda o contexto e os objetivos

Projetos diferentes exigem técnicas de análise de risco diferentes. Por exemplo, um projeto de software pode beneficiar-se mais de análises de risco focadas em segurança cibernética e falhas técnicas, enquanto uma planta industrial pode precisar de uma análise mais detalhada de riscos físicos e operacionais.

Além disso, defina se o objetivo é prevenir riscos, minimizar impactos financeiros, melhorar a segurança ou cumprir regulamentações específicas.

Leia também: O que é o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)?

2. Considere a complexidade do sistema

Para sistemas simples, técnicas de análise de risco diretas como os “5 Porquês” podem ser suficientes. Sistemas mais complexos, como instalações industriais, podem exigir abordagens mais elaboradas como o HAZOP ou a Análise de Árvore de Falhas.

3. Avalie os recursos disponíveis

Algumas técnicas de análise de risco exigem mais tempo e especialização do que outras. É importante considerar os recursos humanos e financeiros disponíveis para implementar a análise de risco.

Dessa forma, a escolha da técnica também deve levar em conta o nível de conhecimento técnico da equipe envolvida.

4. Procure por integração e compatibilidade

Avalie como as técnicas de análise de risco se integram com outras práticas de gerenciamento de projeto ou sistemas de qualidade existentes na organização.

Considere como a técnica se adapta a mudanças no ambiente do projeto ou da indústria. Em ambientes que mudam rapidamente, técnicas flexíveis e facilmente ajustáveis são preferíveis.

Após a implementação, é vital revisar e avaliar a eficácia das técnicas de análise de risco escolhidas. Isso não só ajuda a mitigar melhor os riscos futuros, mas também contribui para a melhoria contínua do processo de análise de risco.

Próximos passos

O STRATWs One é um software de gestão de performance corporativa que oferece várias funcionalidades para auxiliar organizações na identificação de riscos e promoção da melhoria contínua. Ele se apresenta como uma solução ideal devido a várias características e ferramentas que suportam a gestão estratégica e operacional.

O software permite a criação de indicadores de desempenho chave (KPIs) que são essenciais para monitorar a eficácia das operações e identificar desvios ou tendências que possam indicar riscos emergentes.

Além disso, com robustas ferramentas de análise e relatórios, o STRATWs One auxilia na interpretação de grandes volumes de dados, permitindo uma análise mais precisa de riscos. Os relatórios podem ser customizados para focar em áreas específicas de risco.

O STRATWs One ainda suporta a metodologia PDCA (Plan-Do-Check-Act), que é fundamental para a melhoria contínua. O software ajuda as organizações a planejar ações, executar planos, verificar resultados e agir com base no feedback para aprimoramento constante.

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