Análise de risco: o que é e como fazer?

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Análise de risco

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Em um mundo onde a incerteza é uma constante, a capacidade de identificar, entender e gerenciar riscos torna-se crucial para empresas e indivíduos. Nesse cenário, a análise de risco não é apenas um termo técnico, mas um processo vital que pode determinar o sucesso ou fracasso na gestão de um projeto, investimento ou até mesmo de uma decisão diária.

Isso porque a tomada de decisão diária, realizada pela liderança, requer riscos à empresa. No entanto, apenas 10% das empresas no Brasil afirmam estarem preparadas para esses riscos, segundo a Falconi.

Mas, o que exatamente é análise de risco? Quais são os diferentes tipos de riscos que enfrentamos? E como podemos efetivamente analisar e abordar esses riscos?

Neste conteúdo, busco tirar as suas dúvidas e te apresentar tudo o que você precisa saber sobre a análise de risco. Continue a leitura e confira!

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O que é análise de risco?

A análise de risco é um processo sistemático e estruturado para identificar, avaliar e gerenciar os riscos associados a uma atividade, decisão ou empreendimento. Assim, trata-se de entender quais eventos indesejados podem ocorrer, qual a probabilidade de que ocorram e quais seriam suas consequências caso se concretizem.

Esta análise pode ser aplicada em diversos contextos, desde decisões de negócios, planejamento de projetos, investimentos financeiros até avaliações de segurança em diferentes setores.

Isso porque se você entende os riscos que uma tomada de decisão pode gerar, é mais estratégico se preparar para ela e assim minimizar os possíveis danos.

Além disso, compreender e aplicar a análise de risco permite que organizações e indivíduos tomem decisões informadas, equilibrando as oportunidades e ameaças que surgem em diversos cenários. Ao fazer isso, é possível otimizar resultados, proteger ativos e, em última análise, alcançar objetivos de forma mais eficaz.

Quais são os três elementos da análise de risco?

Os principais componentes da análise de risco incluem três elementos: identificação de riscos, avaliação deles e mitigação. A seguir, confira mais sobre cada um deles:

Identificação de risco: este é o primeiro passo e envolve o reconhecimento de eventos ou condições incertas que, se ocorrerem, podem ter um impacto sobre os objetivos organizacionais. A identificação é crucial, pois um risco não identificado não pode ser gerenciado.

Avaliação de risco: após a identificação, a avaliação de risco determina a gravidade de um risco específico, considerando sua probabilidade de ocorrência e o impacto potencial. Esta etapa muitas vezes divide os riscos em categorias, como “alto”, “médio” ou “baixo”, com base em seu potencial efeito e na probabilidade de ocorrência.

Mitigação de risco: também conhecida como tratamento ou gestão de risco, essa fase envolve desenvolver estratégias e ações para abordar os riscos identificados e avaliados. As estratégias podem incluir evitar o risco, transferi-lo, minimizar seus efeitos ou simplesmente aceitá-lo.

Quais são os tipos de risco?

Para uma empresa, certos tipos de riscos são particularmente relevantes, pois podem afetar diretamente sua viabilidade, lucratividade e reputação. Além disso, existe uma grande variedade dos tipos de riscos, já que todos os setores terão um cenário diverso de possibilidades de risco.

Por isso, a seguir, para a sua análise de riscos separei alguns dos principais tipos para se atentar:

1- Risco operacional

Esse risco é inerente às atividades diárias de qualquer empresa. Originado de falhas em processos internos, sistemas ou devido a erro humano, pode levar a interrupções nos negócios, perdas financeiras ou danos à reputação.

Por exemplo, uma falha no sistema de TI de uma empresa pode impedir transações ou a falha em um processo de controle de qualidade pode resultar em produtos defeituosos.

2- Risco estratégico

Toda decisão estratégica vem com riscos. Se a empresa escolhe expandir para um novo mercado, há riscos associados a essa decisão, como desconhecimento do mercado local ou uma aceitação mais fraca do produto.

Da mesma forma, a falha em adaptar-se a um mercado em mudança também pode ser catastrófica.

3- Risco de reputação

Em uma era de informações instantâneas e redes sociais, um evento negativo pode se espalhar rapidamente, causando danos significativos à reputação de uma empresa. Este risco pode ser resultado de escândalos, práticas inadequadas ou uma má gestão de crises. A perda de reputação pode levar a perda de clientes, redução de receitas e até mesmo ações judiciais.

4- Risco tecnológico

A tecnologia é uma faca de dois gumes. Embora possa proporcionar enormes benefícios operacionais e de mercado, também traz riscos, especialmente em termos de segurança cibernética.

Uma violação de dados pode resultar em perdas financeiras, danos à reputação e litígios.

5- Risco de compliance (Conformidade)

As empresas operam em um ambiente regulatório que pode ser complexo e em constante mudança. A falha em cumprir leis e regulamentos pode resultar em penalidades significativas, além de danos à reputação.

Por exemplo, empresas que não cumprem regulamentações de proteção de dados podem enfrentar multas pesadas.

A classificação do nível de gravidade de risco

É importante destacar que em uma análise de risco é importante separar a gravidade dos riscos em dois grupos: as probabilidades e os níveis de gravidade, já que é possível ter um risco de gravidade baixa mas com uma grande chance de ocorrência, por exemplo.

Classificações dos níveis de gravidade de risco (Impacto):

  • Trivial: consequências mínimas ou nenhuma repercussão significativa. Pode ser facilmente gerenciado no curso normal das operações.
  • Menor: consequências limitadas. embora não seja crítico, pode necessitar de uma revisão ou atenção.
  • Moderado: consequências tangíveis e notáveis. Pode afetar alguns objetivos do projeto ou da operação, mas não é fatal.
  • Alto: consequências graves que podem comprometer significativamente o projeto, a operação ou a reputação da organização.
  • Muito alto:  consequências extremamente graves que podem levar a falhas completas, grandes perdas financeiras ou danos irreparáveis à reputação ou à integridade da organização.

Probabilidades:

  • Rara: a chance de ocorrência é muito baixa, podendo nunca acontecer em circunstâncias normais.
  • Baixa: pode ocorrer em algumas circunstâncias, mas não é esperado regularmente.
  • Média: existe uma chance equilibrada de ocorrência em determinadas circunstâncias.
  • Alta: é mais provável que ocorra do que não, e pode ser um evento recorrente.
  • Muito alta: É esperado que ocorra em muitas circunstâncias ou é um evento recorrente e frequentemente observado.

Quando é possível usar a análise de risco?

A análise de risco é uma prática essencial no universo empresarial, que permite às empresas antecipar, entender e gerenciar incertezas que poderiam afetar seus objetivos. Eis alguns cenários-chave onde sua aplicação é especialmente relevante:

  • Planejamento de projetos: antes de embarcar em novas iniciativas ou projetos, as empresas utilizam a análise de risco para identificar potenciais desafios. Por exemplo, ao lançar um novo produto, uma empresa pode identificar riscos como atrasos no fornecimento, falhas de design ou rejeição do mercado.
  • Decisões de investimento: as decisões sobre onde alocar capital são fundamentais. Usando a análise de risco, uma empresa pode avaliar as incertezas associadas a um investimento, como mudanças nas condições do mercado ou falhas tecnológicas em uma startup que estão considerando financiar.
  • Gestão operacional: as operações diárias de uma empresa estão repletas de incertezas. Por exemplo, na cadeia de suprimentos, riscos como interrupções devido a condições climáticas adversas ou greves podem ser identificados e gerenciados por meio de uma análise apropriada.
  • Segurança da informação: com a digitalização crescente dos negócios, proteger informações e sistemas tornou-se crucial. As empresas avaliam riscos como ataques cibernéticos, falhas de software ou violações de dados, e desenvolvem estratégias para mitigar essas ameaças.
  • Conformidade e regulação: empresas em setores regulamentados precisam garantir que estejam em conformidade com as leis e regulamentos. A análise de risco pode ajudar a identificar áreas onde a empresa pode estar vulnerável a penalidades, como falhar em padrões ambientais ou normas financeiras.

Por que as empresas devem fazer uso da análise de risco?

As empresas devem fazer uso da análise de risco porque ela oferece uma abordagem sistemática para identificar, avaliar e responder a potenciais ameaças e oportunidades.

Confira alguns dos motivos para a sua empresa realizar uma análise de risco nos mais diferentes cenários:

1- Tomada de decisão informada: a análise de risco fornece uma base sólida para decisões estratégicas, ajudando as lideranças a entenderem as implicações de suas ações e a escolherem os melhores caminhos diante de incertezas;

2- Proteção de ativos: identificar e gerenciar riscos previne perdas financeiras, protege ativos físicos e intelectuais e preserva a reputação da empresa;

3- Preparação para o inesperado: em um mundo em constante mudança, a análise de risco permite que as empresas se preparem para cenários adversos, como crises econômicas, desastres naturais ou interrupções na cadeia de suprimentos;

4- Confiança dos stakeholders: quando os stakeholders (sejam eles investidores, clientes ou colaboradores) percebem que uma empresa está proativamente gerenciando riscos, isso aumenta a confiança e a credibilidade da organização;

5- Otimização da alocação de recursos: ao compreender os riscos e suas potenciais consequências, as empresas podem alocar recursos (tempo, dinheiro, pessoal) de maneira mais eficaz, priorizando áreas de maior impacto ou vulnerabilidade.

Como fazer uma análise de risco?

Fazer uma análise de risco envolve uma abordagem sistemática para identificar, avaliar e responder a potenciais riscos que podem afetar uma organização ou projeto. A seguir, apresento um passo a passo simplificado para conduzir uma análise de risco:

Passo 1 – Identificação do riscos

Comece identificando os possíveis riscos que podem afetar o projeto ou a operação em questão. Isto pode ser feito por meio de brainstormings, entrevistas com especialistas, revisão de registros históricos e uso de ferramentas como a Análise SWOT.

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Passo 2 – Avaliação e classificação do risco

Probabilidade: estime a probabilidade de cada risco ocorrer. Pode ser expressa em termos percentuais, frequência ou qualitativamente, levando em consideração os padrões citados anteriormente neste conteúdo.

Impacto: avalie o impacto potencial se o risco se materializar. O impacto pode ser financeiro, operacional, reputacional, entre outros.

Usando a lógica da matriz de priorização, a Matriz GUT, multiplique a probabilidade pelo impacto para obter uma classificação geral do risco. Isso ajudará a priorizar os riscos.

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Passo 3 – Análise dos riscos

Com base na classificação, analise os riscos em detalhes. Considere fatores desencadeantes, condições agravantes e os possíveis efeitos colaterais. É importante trazer aqui as mais diferentes hipóteses e possibilidades para trazer veracidade.

Passo 4 – Desenvolvimento de estratégias de mitigação

Para cada risco identificado, desenvolva estratégias para mitigar, transferir, evitar ou aceitar o risco. Estratégias comuns incluem alterar processos, comprar seguros, implementar controles mais rígidos ou simplesmente aceitar o risco se for de baixo impacto e probabilidade.

Passo 5 – Implementação das estratégias

Ponha em prática as estratégias escolhidas. Isso pode envolver treinar equipes, adotar novas tecnologias, alterar fornecedores, entre outras ações.

Comunique-se com todas as partes interessadas sobre os riscos identificados, suas implicações e as medidas adotadas para gerenciá-los. A comunicação eficaz ajuda a garantir que todos estejam cientes e preparados.

Passo 6 – Monitoramento e revisão

Monitorar regularmente os riscos e a eficácia das estratégias de mitigação implementadas. O ambiente de negócios está sempre mudando, assim como os riscos associados.

Além disso, revise periodicamente a análise de risco para garantir que ela permaneça relevante e atualizada.

Passo 7 – Documentação

Mantenha registros detalhados de toda a análise de risco, incluindo identificação, avaliação, estratégias de mitigação e revisões. Isso não só proporciona uma referência para revisões futuras, mas também é útil para cumprir com regulamentações e padrões, se aplicável.

Próximos passos

Essas dicas te ajudaram a construir uma análise de risco? Então, confira mais essa dica: a melhor forma de colocar tudo isso em prática é por meio de um software de gestão de projetos, que ajuda a visualizar o status de todo o seu planejamento, permitindo um gerenciamento dos processos e monitoramento de toda a evolução do cronograma.

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