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Amplificar as vozes ou publicamente endossar a ideia de alguém, dando corretamente os créditos, ajuda a assegurar que as sugestões dos membros da equipe não sejam ignoradas ou atribuídas a pessoa errada.
A maioria de nós já passou pela situação frustrante de ser parte de um grupo que não dá atenção às ideias ou opiniões de determinadas pessoas, ou até o crédito corretamente. Tal comportamento foi recentemente documentando. Pesquisadores avaliaram 78 reuniões de equipes para ver o que acontece com as ideias e com os membros que contribuem.
Eles descobriram que os grupos frequentemente ignoram algumas ideias sugeridas e que, algumas vezes, as revisitam posteriormente, porém, atribuindo o crédito à pessoa errada. Essas descobertas dizem respeito principalmente às mulheres, as pessoas negras e representantes de outras minorias.
Em três estudos, envolvendo mais de 2.760 pessoas nos Estados Unidos, os pesquisadores da Havard Business Review (HBR) perceberam que a amplificação pode conquistar três importantes coisas: fazer a contribuição do outro parecer melhor, fazer o amplificador também parecer melhor e ajudar as vozes não representadas a serem ouvidas.
Em outras palavras, a amplificação das vozes beneficia todos os envolvidos. Especialmente para mulheres, pessoas negras e membros de minorias no geral, que são geralmente interrompidos.
Alguns grupos têm criado formas criativas de solucionar esse problema. Em 2016, por exemplo, as mulheres da equipe administrativa do então presidente norte-americano, Barack Obama, acreditavam que suas contribuições tinham menos impactos do que as feitas pelos homens nos mesmos cargos.
Para solucionar a situação, elas deliberadamente resolveram chamar mais atenção para as ideias umas das outras nas reuniões, garantindo ainda que o crédito fosse dado corretamente.
Elas revelaram que este método, além de reduzir as suas frustrações, aumentou sua influência no grupo.
Este é um exemplo de amplificação pelo endossamento público da ideia e atribuição correta de crédito.
Publicada no Academy of Management Journal, os resultados da pesquisa da Havard Business Review (HBR) focam neste comportamento e destacam os benefícios de amplificar as vozes do grupo.
Realizada em três estudos, envolvendo mais de 2.760 pessoas nos Estados Unidos, a pesquisa descobriu que as respostas para as três perguntas são: SIM!
Veja como funciona:
Nos primeiros dois estudos foram usados experimentos para investigar se a amplificação faz a ideia parecer melhor e se isso leva a obtenção de status para o locutor e para o amplificador.
Foi apresentado para cada participante um cenário sobre uma equipe de vendas, com o desempenho recente do time estando baixo.
No cenário, a equipe estava se reunindo para discutir a queda de desempenho; um membro da equipe expressou uma ideia para melhorá-lo; e então, em uma ocorrência bastante familiar, um segundo membro da equipe ignorou a boa ideia, passando direto por ela.
Como parte chave do experimento, houve variações no que aconteceria a seguir:
Depois foi perguntado aos participantes o que eles pensavam sobre cada um dos membros do time que falaram e cada ideia sugerida.
Foi descoberto o mesmo padrão de resultados nos dois estudos. Como esperado, participantes consideraram a ideia do locutor melhor quando amplificada por um terceiro membro, assim como o locutor, que passa a ser percebido como mais influente no grupo. O amplificador também parece mais importante ao amplificar uma ideia, mesmo em comparação com a adição de uma ideia própria.
A lição aqui é clara: quando você eleva um colega de time, amplificando a ideia dele, você se eleva também.
A pesquisa suporta a ideia de que a amplificação ajuda a todos, mas principalmente as vozes menos ouvidas e menos representadas.
No primeiro estudo, variou-se a forma como a contribuição era dada: focada no problema ou na solução. Uma pesquisa anterior já havia mostrado que as pessoas julgam negativamente uma voz quando ela se expressa com foco no problema.
Em consistência com esse resultado, foi descoberto que os participantes avaliaram as vozes que focavam no problema em vez da solução como menos influentes. Ainda assim, a amplificação foi capaz de elevar essas vozes. Elas começavam com um status inferior, mas a amplificação a ajuda a subir de status. Assim como o amplificador, que também se beneficiou, na mesma medida.
Claro, algumas pessoas têm mais dificuldade de atingir status no grupo em um grupo não pelo que dizem, mas pelo fato de serem quem são.
Se a amplificação pode ser usada para promover equidade em grupos, também deve ser efetiva para elevar qualquer funcionário e não apenas aqueles que já possuem um status de destaque.
Em um segundo experimento, foram variados os gêneros dos membros do grupo em reunião e testado se o efeito da amplificação era diferente para homens e mulheres. Antes de os participantes iniciarem a leitura, eles foram introduzidos aos membros do grupo. Foram fornecidos nomes, fotos e informações sobre a performance de cada um.
Também foi reforçado os gêneros pela reprodução de áudios dos comentários feitos por cada membro do grupo, em vez de apenas a transcrição.
Então foi testado o que aconteceria quando mulheres amplificam mulheres, mulheres amplificam homens e quando homens amplificam mulheres. Os resultados foram comparados com quando não há amplificação, quando homens amplificam outros homens e quando homens ou mulheres dão novas ideias.
Foi também observado o que acontece quando homens ou mulheres promovem suas próprias ideias, algo que é aconselhado a mulheres para que estas possam melhorar seu status no grupo.
Neste estudo, independentemente do gênero, ninguém foi bem-visto ao se autopromover.
Os pesquisadores encontraram um espelho do primeiro achado quanto às diferentes vozes: Amplificação é benéfica para todos. As vozes amplificadas, seja de homens ou mulheres, atingem um status maior quando amplificadas. E os colegas que as amplificam também atingem um status melhor perante ao grupo, independentemente do gênero.
Tais achados sugerem que mulheres – e potencialmente membros de outros grupos menos representados em organizações – podem usar a amplificação para aumentar a igualdade e a inclusão.
Quando uma mulher amplifica outra, duas mulheres se beneficiam: tanto a locutora, que agora recebe suporte para sua contribuição, quanto a que amplifica, que passa a ser reconhecida por exaltar uma colega.
Os resultados são empolgantes, mas eles são baseados em um experimento sobre uma empresa fictícia. Mas e quanto às organizações reais que enfrentam este tipo de problema?
A HBR testou então se seria possível treinar os colaboradores com menos ouvidos a amplificar suas vozes e aumentar sua influência.
Para isso, os pesquisadores fizeram contato com uma organização sem fins lucrativos, a qual o diretor sentia que a moral dos funcionários estava baixa e que alguns deles não estavam sendo ouvidos por sua equipe.
Foi apresentado a 22 destes colaboradores, os quais foram identificados pelo diretor com falta de influência, um vídeo de treinamento de 17 minutos, que explicava como amplificar e os encorajava a aplicar isto.
Os outros 75 funcionários da organização não foram informados de que esta intervenção estava acontecendo.
Depois, foi proposto um prazo de duas semanas para que um amplificasse o outro. E foi realizada uma pesquisa com todos da empresa sobre seus colegas antes e depois dessa intervenção.
E os resultados confirmaram o que foi observado no estudo preliminar. Depois de duas semanas, os colaboradores no grupo que treinou a amplificação foram melhores avaliados por seus colegas do que antes.
A pesquisa levantou perguntas ainda mais intrigantes sobre amplificação. Um tópico principal é entender como ela afeta o grupo como um todo.
Mais pesquisas são necessárias para elucidar o que acontece com um grupo e uma organização como um todo ao se amplificar as vozes.
De todo modo, a pesquisa atual já sugere que a amplificação pode ser uma ferramenta poderosa tanto para gestores quanto colaboradores.
Aos gestores que percebem que algum membro de sua equipe não está sendo ouvido, treine esses indivíduos para amplificar as vozes uns dos outros.
E aos funcionários que não sentem ouvidos e se perguntam como melhorar isso sem parecer egoísta: amplifique!
Faça isso e você ajudará tanto a sua empresa quanto a si próprio!
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