Indicadores de endividamento: entenda o que são e como aplicá-los na sua empresa

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indicadores de endividamento

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A maioria das empresas, além do capital próprio, contam com capital de terceiros para operacionalizarem seu negócio. No entanto, é preciso acompanhar a evolução da dívida por meio de indicadores de endividamento para evitar problemas futuros.

Clique no player para o ouvir a narração do nosso post sobre o que são os indicadores de endividamento:

Usar capital de terceiro para expandir a produção ou até mesmo abrir novas filiais não é de todo ruim, porém quando o endividamento atinge um certo limite, a empresa tem dificuldade para honrar os seus compromissos.

E isso acaba comprometendo inclusive o bem-estar dos executivos. De acordo com uma recente pesquisa elaborada pela Serasa, 88% dos brasileiros já sentiram vergonha em ficar devendo, e 85% disseram ter dificuldade para dormir por estarem endividados.

Portanto, para evitar esse problema, o departamento financeiro de uma empresa precisa levar em consideração até que ponto a alavancagem está sendo boa, e até que ponto ela  pesa nos demonstrativos de lucro.

Para isso, o melhor caminho é acompanhar constantemente os indicadores de endividamento. E se você está em busca de conhecer melhor esses indicadores, veio ao lugar certo. Continue por aqui mais três minutinhos.

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indicadores de endividamento

O que são indicadores de endividamento?

Os indicadores de endividamento são índices que demonstram por meio de números o nível de dívidas de uma organização, indicando se essa dívida está em um patamar seguro ou arriscado.

Conforme antecipamos, é comum que as empresas tomem dinheiro emprestado de terceiros para operacionalizar o seu negócio, podendo ser eles:

  • bancos e instituições de crédito;
  • fornecedores;
  • investidores.

Os bancos e investidores ao emprestarem dinheiro para uma instituição querem em contrapartida ganhar uma rentabilidade sobre esse empréstimo. Já os fornecedores emprestam capital por meio do prazo concedido para o pagamento.

Para acompanhar os indicadores de endividamento e outros da melhor forma, é importante contar com sistemas de análise de indicadores e resultados. Veja quais são os 9 melhores

Nesse caso não há cobrança de juros, sendo que o prazo concedido é uma forma de efetuar a venda e construir uma parceria comercial mais duradoura. Nesse caso há menos impacto sobre o custo da empresa.

Para saber mais sobre a gestão por indicadores, veja este vídeo produzido pela Siteware:

Para que servem os indicadores de endividamento?

Os indicadores de endividamento servem para mostrar aos sócios e administradores da empresa se a dívida junto a terceiros está em um bom patamar ou se está entrando em um terreno mais arriscado.

É por meio desses indicadores que a organização pode tomar decisões entre expandir a produção ou até mesmo enxugar custos para evitar problemas futuros junto a fornecedores e até mesmo bancos e investidores.

Um grau de endividamento elevado pode levar a instituição à  insolvência, acarretando aumento do custo financeiro e,até mesmo, falência a longo prazo.

Vale destacar que o endividamento, também chamado de alavancagem, é sadio até um certo ponto, pois proporciona a empresa a possibilidade de crescer no mercado, aumentando assim a rentabilidade sobre capital próprio.

Porém, o crescimento do endividamento sem controle e análise de indicadores pode levar uma organização à ruína, fato esse já observado por muitos anos. Por isso é tão importante fazer um bom planejamento financeiro.

Veja, neste infográfico, a importância dos KPIs na sua gestão:

kpis - indicadores de endividamento

Quais são os tipos de endividamento?

Basicamente uma empresa pode se endividar junto a terceiros, ou seja, fornecedores, bancos e investidores de duas formas:

  • no curto prazo;
  • no longo prazo.

Endividamento de curto prazo é  aquele cujo pagamento precisa ser realizado em um período inferior a 12 meses, já o endividamento de longo prazo é  aquele cujo pagamento da dívida é feito em um período superior a esse.

No entanto, de forma básica é possível notar que o endividamento de longo prazo gera menos danos no caixa da empresa do que o endividamento de curto prazo. Dentre os exemplos de endividamento de longo prazo estão:

  • financiamento de imóveis;
  • capital de giro parcelado superior a 12 meses;
  • financiamento de maquinários;
  • financiamento de veículos.

Já entre os exemplos de endividamento de curto prazo podemos citar:

  • antecipação de recebíveis;
  • prazo dado por fornecedores;
  • empréstimos com pagamento inferior a 12 meses.

Por ser mais nocivo à empresa, o endividamento de curto prazo precisa ser evitado, a não ser o prazo dado por fornecedores que não acarreta juros quando pago rigorosamente em dia.

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Quais são os indicadores de endividamento?

Indicadores de endividamento

Agora que já mostramos o que são os indicadores de endividamento e qual a sua importância para a organização, vamos entender  mais profundamente sobre os 6 mais utilizados.

1 – Participação de Capitais de Terceiro (PCT)

Esse é um indicador que mostra o quanto de recursos da organização advém de capital de terceiros. Com isso, é possível saber o nível de endividamento da empresa. Esse indicador é calculado  por meio da seguinte fórmula:

  • PCT = (Passivo Circulante + Exígivel de longo prazo) / (Passivo Circulante + Exigível a longo prazo + Patrimônio Líquido)

Nesse caso, o passivo circulante representa o endividamento de curto prazo e o exigível de longo prazo o endividamento de longo prazo. Já o patrimônio líquido representa o capital próprio da empresa.

Portanto, quanto maior for o PCT, maior será o grau de endividamento da empresa, o que representa maior vulnerabilidade diante dos imprevistos do mercado. Quando o PCT supera 1, a empresa se torna insolvente.

Para definir quais são os KPIs estratégicos de uma empresa, deve haver um processo de identificação. Este infográfico pode te ajudar:

kpis - indicadores de endividamento

2 – Composição do endividamento (CE)

O indicador de Composição do endividamento revela o quanto a dívida da empresa está concentrada no curto prazo. Quanto maior for essa concentração, mais dificuldades a empresa pode enfrentar para cumprir seus compromissos.

Entretanto, quanto menor for a concentração da dívida no curto prazo, melhor será o fluxo de caixa da empresa que poderá ter mais tempo para agir diante de uma turbulência do mercado. A fórmula desse indicador de endividamento é:

  • CE = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo)

Nesse contexto, quanto maior for o CE, mais concentrada no curto prazo a dívida da empresa estará e maior será o risco de insolvência.

Vale destacar que a antecipação de recebíveis, que consiste em trazer para o valor presente o recebimento de títulos com prazos de vencimento de 30, 60 e 90 dias pagando juros, é extremamente onerosa para a empresa, que deve evitar esse recurso ao máximo.

3 – Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)

Esse é um indicador que vai mostrar como está a estrutura do capital da empresa. Nesse caso, quando a companhia imobiliza demais o seu patrimônio, menos recursos próprios se tornam disponíveis.

Nesse caso a empresa se torna mais dependente do capital de terceiros para poder financiar o seu ativo circulante que normalmente é composto por:

  • estoques;
  • caixa;
  • contas a receber.

Para saber qual é o grau de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) é preciso aplicar a seguinte fórmula:

  • IPL = Imobilizado / Patrimônio Líquido

Entende-se por imobilizado, o ativo permanente da empresa que pode ser os maquinários, veículos, imóveis e terrenos que ela possui. Nesse sentido, quanto maior for o IPL, maior será o capital imobilizado em relação ao patrimônio líquido.

Ou seja, na medida em que o IPL vai crescendo, a insolvência da empresa também crescerá. É preciso não confundir o crescimento do IPL com o crescimento do capital imobilizado por si só.

Pois, quando o capital imobilizado cresce, mas o patrimônio líquido cresce na mesma proporção, o IPL se mantém, e a empresa não se torna menos insolvente.

Porém, quando o capital imobilizado cresce e o patrimônio líquido se mantém, o IPL cresce, mostrando que a empresa está tirando capital do ativo circulante e alocando ele no ativo imobilizado gerando assim mais risco de insolvência.

4 – Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRPL)

Um outro indicador de endividamento é o IRPL que mostra o quanto de recursos de longo prazo e do patrimônio líquido a empresa aplica no seu capital imobilizado.

Esse é um indicador que também mostra como está a estrutura de capital da empresa. Nesse sentido, é possível compreender quanto foi aplicado em ativos imobilizados em relação às dívidas de longo prazo e ao patrimônio líquido.

A fórmula para encontrar a Imobilização dos Recursos de Longo Prazo é a seguinte:

  • IRPL = Imobilizado / (Exigíveis de Longo Prazo + Patrimônio Líquido)

Quanto maior for esse indicador, maiores serão as chances da empresa ter problemas para conseguir honrar com seus compromissos.

Vale ressaltar, que o ideal para fins didáticos é que o valor Imobilizado seja igual ou inferior ao valor do exigível de longo prazo. Isso mostra que esse patrimônio está sendo financiado com dívidas de longo prazo e não está saindo do patrimônio da empresa.

Quando o ativo imobilizado é superior ao exigível de longo prazo, ele não está somente sendo financiado por dívidas de longo prazo, como também pelo capital da empresa que poderia estar aplicado no circulante para garantir mais liquidez dos seus pagamentos.

5 – Índice de Endividamento Geral (EG)

O índice de endividamento geral é um dos indicadores de endividamento mais básicos de uma empresa, e representa a proporção do endividamento em comparação ao ativo total do negócio. Digamos que é ele quem mostra o grau de alavancagem da organização.

Quanto maior for esse indicador, mais endividada uma empresa estará. No entanto, ele precisa ser acompanhado dos indicadores anteriores, principalmente do CE, pois, por si só, ele pode indicar um bom grau de endividamento, mas a dívida estar concentrada no curto prazo e prejudicando a liquidez da empresa. O seu cálculo é:

  • EG = (Capital de terceiros / Ativos totais) x 100

Não há um valor exato para determinar qual é um bom grau de endividamento do EG, uma vez que tudo depende da estrutura desse endividamento. No entanto, quando ele supera 100%, a empresa corre o risco de insolvência.

Para que o EG esteja em um bom grau de alavancagem é preciso que o capital de terceiros seja inferior aos ativos totais da organização.

6 – Índice de Endividamento Financeiro (EF)

O índice de endividamento financeiro representa a relação entre o valor que a empresa está devendo para terceiros e o valor que foi investido pelos acionistas, sendo o seu cálculo:

  • EF = (Dívida Bruta / Patrimônio Líquido) x 100

Note que a diferença do endividamento financeiro para o endividamento geral é que ele avalia a relação da dívida em relação ao patrimônio líquido que é o capital próprio que a empresa possui.

Já o endividamento geral representa o percentual da dívida sobre todos os ativos da empresa que foram adquiridos tanto com capital próprio quanto com capital de terceiros.

Nesse sentido, quando o EG supera 100% é mais preocupante do que quando o EF supera 100%, embora os dois casos não sejam aconselhados.

Em linhas gerais, quanto maior for o EF, maior será a dívida em relação ao capital próprio da empresa, e mais alavancada ela estará. Em caso de turbulência no mercado, um alto grau de alavancagem pode levar a empresa à insolvência.

Como utilizar Indicadores de Endividamento na tomada de decisões estratégicas

A utilização de indicadores de endividamento na tomada de decisões estratégicas é uma prática fundamental para a gestão financeira eficaz de qualquer empresa. Estes indicadores fornecem insights valiosos sobre a estrutura de capital da empresa, a sustentabilidade de sua dívida e sua capacidade de cumprir com obrigações financeiras.

Na metodologia do BSC, descobrimos que a perspectiva financeira não é a única que deve ser levada em consideração para identificar se a empresa está no caminho certo ou não, no entanto, é possível utilizar os indicadores de endividamento para tomar decisões estratégicas, como:

1- Gestão de capital e estrutura de dívida

Os indicadores de endividamento ajudam a determinar a estrutura de capital ideal para a empresa. Uma alta proporção de dívida pode indicar riscos financeiros elevados, enquanto uma proporção muito baixa pode sugerir que a empresa não está aproveitando as oportunidades de alavancagem.

2- Planejamento de investimentos

Ao considerar novos investimentos, é crucial avaliar como eles afetarão os indicadores de endividamento. Investimentos que aumentam significativamente a dívida podem não ser viáveis se a empresa já estiver altamente alavancada. Por outro lado, um nível saudável de dívida pode permitir investimentos estratégicos que impulsionam o crescimento.

3- Avaliação de riscos e sustentabilidade

Uma análise contínua dos indicadores de endividamento é vital para avaliar a sustentabilidade da dívida a longo prazo. Isso é especialmente importante em ambientes econômicos incertos, onde as condições de mercado podem mudar rapidamente. Uma gestão eficaz do endividamento ajuda a minimizar riscos financeiros e a garantir a estabilidade da empresa.

4- Comunicação com investidores e stakeholders

Por fim, os indicadores de endividamento são fundamentais na comunicação com investidores e outros stakeholders. Eles fornecem uma visão transparente da posição financeira da empresa, o que é crucial para manter a confiança dos investidores e para negociações com credores e fornecedores.

Como calcular os indicadores de endividamento?

Para calcular os indicadores de endividamento é preciso que a empresa tenha o balanço patrimonial desenvolvido. Ou seja, todas as contas citadas nas fórmulas são retiradas do Balanço Patrimonial da empresa.

Quem faz o levantamento deste balanço patrimonial assim como o Demonstrativo do Resultado do Exercício que mostra o Lucro Líquido da organização é o setor de contabilidade, que por meio de inventário levanta todos os ativos da empresa, que podem ser:

  • estoques;
  • contas a receber;
  • caixa;
  • maquinários;
  • veículos;
  • imóveis.

Esses ativos são divididos em circulantes quando entram e saem com mais frequência na empresa, como o estoque, contas a receber e caixa, ou imobilizados quando permanecem por mais tempo no balanço como maquinários, veículos e imóveis.

É o departamento contábil que faz também o levantamento do passivo da empresa, ou seja, as suas obrigações que podem ser:

  • fornecedores a pagar;
  • impostos a realizar;
  • custos fixos a realizar;
  • empréstimos e financiamentos de longo prazo.

A diferença entre os ativos e passivos resulta no patrimônio líquido que deverá estar do lado do passivo no balanço, uma vez que ele representa o capital próprio que também financia os ativos da empresa.

Sempre a soma dos ativos deve ser igual à soma dos passivos ao considerar junto o patrimônio líquido. Com esses dados em mãos, é só colocar na fórmula os valores e encontrar os indicadores.

O planejamento estratégico é essencial para elevar altos níveis de endividamento. Para te auxiliar, preparamos uma lista com as melhores ferramentas de planejamento estratégico. Confira: Ferramentas e sistemas de planejamento estratégico: os 7 melhores!

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Como analisar os indicadores de endividamento?

A análise dos indicadores de endividamento deve ser feita da maneira como passamos no artigo. Ou seja, quanto mais alto estiverem, maiores serão os riscos da empresa se tornar insolvente.

Vale destacar que um indicador acaba complementando o outro, e por isso todos devem ser levantados, sendo que a análise conjunta permite à organização uma tomada de decisão mais assertiva.

Nesse sentido, quando a empresa observa um crescimento demasiado de um indicador, ela precisa identificar porque esse endividamento está crescendo, e tomar decisões para reverter o quadro, que pode ser inclusive o aumento do capital próprio no seu balanço.

Uma das melhores maneiras para coletar os dados, gerar os indicadores e fazer o seu acompanhamento é por meio de um software especializado. Pois, ele evita que o trabalho seja realizado manualmente, perdendo tempo e podendo acarretar em erros.

E quando falamos em um software de ponta para analisar os indicadores de endividamento, um que se sobressai no mercado é o STRATWs One.

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