Blitzscaling é a nova tendência de gestão

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Entenda o que algumas das maiores empresas do mundo têm em comum

E se nós disséssemos que existe uma receita do sucesso para ter uma empresa mundialmente famosa e com resultados expressivos?

Provavelmente você duvidaria disso, já que a proposta parece ser quase milagrosa, mas ela é mais real do que imagina.

Sua materialização se dá através do Blitzscaling, conceito que pode ser novidade para você, mas não se espante quando começar a ganhar destaque na mídia, nas redes sociais e em outros veículos de comunicação ao redor do mundo.

Entenda exatamente o que é esse conceito e porque se transformou em tendência entre grandes empresas.

O que é Blitzscaling?

É o nome dado à metodologia utilizada para empresas crescerem rapidamente e tornarem-se líderes em escala em seus respectivos segmentos.

Ela foi desenvolvida por Reid Hoffman, co-fundador do LinkedIn, a principal rede social profissional do mundo – logo, ele tem propriedade para falar sobre o assunto!

Origem do termo

A origem do termo levanta algumas dúvidas éticas e é vista como questionável até para o próprio Hoffman.

Ele surgiu da tática “Blitzkrieg”, adotada pelo exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial para pegar os adversários de surpresa e em um curto período de tempo.

Para que isso fosse alcançado, eles deixaram de carregar suprimentos em excesso e passaram a levar apenas o que era estritamente necessário.

Essa tática os deu uma vantagem competitiva absurda em mobilidade e velocidade, embora incorreu em inúmeras situações em que as decisões tinham que ser tomadas muito rapidamente.

É esse modus operandi que fez com que a técnica recebesse o nome, já que realmente consiste em procedimentos de gestão que podem fazer uma empresa crescer esmagadoramente e em um período de tempo mais curto do que você pode imaginar, mas cujos riscos também existem.

A relação do Blitzcaling com o empreendedorismo

Relacionado ao conceito de empreendedorismo de alto impacto, a adoção do Blitzscaling pode fazer com que a empresa crie um grande número de empregos e molde a forma com a qual o mercado se comportará dali em diante.

O aspecto “negativo”, porém, também deve ser considerado: crescer muito e rápido faz com que a empresa se depare com vários problemas e crises, mas eles não podem ser arrumados de uma única vez.

É preciso focar nas prioridades e deixar de lado algumas questões que podem ser solucionadas mais para frente.

É esse potencial de crescimento massivo e agressivo em um curto período de tempo, aliado à gestão de riscos e à intensidade dos esforços investidos, que fazem com que o Blitzscaling esteja mudando drasticamente a forma com que muitas empresas fazem sua gestão.

É realmente possível fazer uma empresa crescer tanto e em tão pouco tempo?

Sim. Como dito anteriormente, pode parecer inconcebível que isso aconteça, mas é possível. Quem veste a camisa do Blitzscaling pode se tornar, em questão de anos, um líder global em determinado segmento.

Pense, por exemplo, na Uber.

Ela foi fundada em 2009 e chegou ao Brasil em 2014, mas hoje, depois de apenas 5 anos, é quase impossível pensar em um mundo onde não seja possível solicitar um transporte particular a qualquer instante.

O iFood é outro exemplo de crescimento rápido.

Criado em 2011, o app é referência em delivery de comida no Brasil, chegou a outros países da América Latina (Colômbia, Argentina e México) em 2016 e, hoje, é a maior plataforma de delivery de comida da América Latina.

Não é difícil imaginar que a internacionalização (e participação de mercado) cresçam ainda mais.

Isso não significa que todas essas empresas adotaram o Blitzscaling, mas mostra que esse crescimento massivo é totalmente possível e pode explicar como isso aconteceu com outras companhias globais, como Waze, Amazon e o próprio LinkedIn.

Como aplicar o Blitzscaling?

Para saber como aplicá-lo, é preciso entender as cinco fases de escala que uma empresa tem de acordo com essa metodologia:

  1. Família;
  2. Tribo;
  3. Vila;
  4. Cidade;
  5. Nação.

Sendo que cada uma traz diferenças nas maneiras de analisar a gestão, nas funções existentes na empresa e também nos desafios encarados.

Conheça cada uma das etapas do Blitzcaling

Família

Na primeira etapa, é essencial se concentrar no desenvolvimento do produto e no Product Market Fit (PMF), ou seja, definir precisamente o que será vendido e para quem isso será vendido.

É aqui que são contratados os primeiros funcionários e que se define quais serão as funções dos fundadores da companhia.

É preciso encontrar uma oportunidade inovadora no mercado e que traga uma vantagem competitiva ímpar, já que ainda não existe concorrência estabelecida ali.

Tribo

O desenvolvimento do produto deve se manter, mas aqui o crescimento da companhia deve começar a ser financiado para que ela possa “estourar”.

A execução de cada etapa precisa ser feita com máxima atenção e o PMF deve ser ajustado conforme o que tiver aprendido.

A agilidade é essencial para conseguir despontar a concorrência e para isso se faz necessário aumentar a equipe, além de trazer novas funções operacionais para que os profissionais envolvidos no desenvolvimento do produto consigam se concentrar nessa atividade.

Os primeiros passos do crescimento podem se dar pelo valor agregado do seu produto e também pela conquista da audiência, ou seja, o investimento em publicidade é indispensável.

Vila

O principal objetivo aqui é escalar, ou seja, crescer assustadoramente. Para isso, deve ser desenvolvido um plano bem planejado, com uma comunicação interna eficiente na companhia e a manutenção de sua cultura.

A concorrência já vai começar a ser mais forte, já que outras empresas entrarão na onda deste mercado e terão o desejo de se aproveitar do seu sucesso, o que significa que o crescimento realmente precisa ser o objetivo fundamental.

Cidade

Aqui, a complexidade aumenta. Diferente do que acontecia nos outros estágios, onde havia apenas um produto com que se preocupar, é provável que a empresa tenha vários agora, sendo um o principal e outros complementares.

A atuação em outros países também pode se iniciar agora, caso ainda não tenha começado.

Invista na administração do negócio, desde o RH até o capital, mas em larga escala, com painéis que ajudem a entender o que acontece na empresa como um todo.

Crie novos processos que não tragam mais complexidade ao negócio, de modo que a velocidade e agressividade de crescimento não sejam interrompidas.

Nação

O último estágio é aquele em que a empresa deve, literalmente, ganhar o mundo, mas sem perder suas características de startup, como a alta velocidade de crescimento.

O investimento em uma estratégia global é essencial, desde que ela seja planejada de acordo com a cultura de cada país em que a empresa atuará, o que é indispensável.

Também será preciso lidar com a questão da cultura internamente, já que a equipe da empresa contará com colaboradores de todas as partes do mundo.

A partir de agora, o CEO terá que lidar diretamente com a seleção de gestores já experientes na empresa, na manutenção ou eventuais modificações pontuais em sua cultura e na estratégia da companhia, de modo que ela possa crescer globalmente em ritmo acelerado.

Blitzscaling: uma tendência global

Essa não é uma receita infalível e que se aplica em todos os casos, já que sempre existem variáveis em cada empresa, mas não há como negar que os potenciais resultados fazem valer a pena os esforços necessários.

A tendência é inovadora e caminha de acordo com os comportamentos da sociedade atual, assim como o que acontece com o RH digital.

Logo, não é de se espantar que o conceito se dissemine cada vez mais e que o Blitzscaling passe a ser visto como essencial para o crescimento massivo de uma empresa.

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