Síndrome de Burnout: como ela afeta a sua empresa?

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Síndrome de Burnout

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A Síndrome de Burnout tem sido um dos principais problemas de saúde ocupacional nos últimos anos. Infelizmente ela ainda é minimizada por muitas gestões que não se atentam à saúde dos colaboradores, causando uma série de prejuízo às pessoas e também aos resultados da organização.

Dessa forma, além de afetar seriamente a saúde mental dos trabalhadores, o Burnout também pode levar ao aumento do absenteísmo e à diminuição da produtividade, afetando assim a performance da empresa como um todo. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, a síndrome já atinge mais de 30 milhões de trabalhadores brasileiros.

Por isso, é importante que as organizações estejam atentas aos sinais e sintomas da Síndrome de Burnout e tomem medidas de prevenção para evitar que seus colaboradores sejam afetados.

Assim, neste artigo, eu trago sobre o que é a Síndrome de Burnout, como ela afeta a saúde dos trabalhadores e as medidas que podem ser tomadas para prevenir e lidar com o problema.

Continue a leitura e confira mais!

O que é a Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é uma doença ocupacional que acarreta normalmente em colaboradores que são expostos a um acúmulo de serviços extremamente desgastante e estressante, deixando o ambiente de trabalho tóxico. Dessa forma, é causado um esgotamento intenso no trabalho.

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficialmente mudou a classificação da síndrome de um estado mental para uma doença do trabalho. Isso porque ela afeta não apenas indivíduos, mas também empresas inteiras. Estatisticamente falando, somos o segundo país com mais pessoas com a Síndrome de Burnout, ficando atrás apenas do Japão, que conta com 70% da sua população enfrentando esse problema.

Dessa forma, os sintomas da Síndrome de Burnout podem incluir sentimentos de falta de entusiasmo, pouca energia, ansiedade, isolamento, demissão silenciosa e fadiga acentuada. Por causa desses sintomas, as empresas estão enfrentando graves problemas relacionados à produtividade, saúde mental e engajamento dos colaboradores.

demissão silenciosa

Embora desenvolver medidas preventivas seja a melhor forma de lidar com a Síndrome de Burnout, o reconhecimento precoce dos sintomas da síndrome e abordar seu impacto nos lucros, finanças e relacionamento entre as equipes também é importante. 

Uma vez que as empresas atuem prevenindo a Síndrome de Burnout e incentivando a conscientização, quanto aos fatores que contribuem para a sua ocorrência, elas estarão aptas a minimizar o prejuízo financeiro e melhorar a oferta e qualidade de serviços para os clientes, além, é claro, da saúde dos colaboradores.

O que significa ter um Burnout?

Ter um “Burnout” refere-se a um estado de exaustão física, emocional e mental que é geralmente resultado de um prolongado estresse ou desgaste no ambiente de trabalho.

É crucial destacar que o Burnout não é apenas estar cansado ou estressado ocasionalmente; é um estado crônico de desgaste que pode ter implicações sérias para a saúde e bem-estar do indivíduo, impactando negativamente sua vida profissional e pessoal. Reconhecer os sinais de Burnout e buscar apoio e estratégias de manejo, como a implementação de práticas de bem-estar e a busca por um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, são passos fundamentais para lidar com essa condição.

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas de uma Síndrome de Burnout podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente envolvem uma combinação de fatores físicos, emocionais e comportamentais. Alguns dos sintomas mais comuns nas pessoas costumam incluir:

  1. Exaustão emocional: sentir-se constantemente esgotado emocionalmente, sem energia ou recursos emocionais para lidar com as demandas do trabalho e com as ações de engajamento propostas pelo time de Recursos Humanos.
  2. Despersonalização: desenvolver uma atitude cínica e negativa em relação ao trabalho e aos colegas, tendendo a se distanciar emocionalmente das pessoas ao seu redor.
  3. Diminuição na realização profissional: sentir-se incapaz de alcançar metas e resultados satisfatórios no trabalho, bem como uma perda de interesse e entusiasmo pelas atividades profissionais.
  4. Distúrbios do sono: dificuldade em adormecer, insônia, despertar precoce ou não se sentir descansado após o sono.
  5. Alterações de humor: irritabilidade, impaciência, mudanças de humor frequentes, ansiedade ou depressão.
  6. Problemas de concentração e memória: dificuldade em se concentrar nas tarefas, esquecimentos frequentes ou dificuldade em lembrar de detalhes importantes.
  7. Queda no desempenho profissional: dificuldade em cumprir prazos, cometer erros com mais frequência e uma sensação geral de baixa produtividade.
  8. Isolamento social: retrair-se do convívio social, evitar interações com colegas de trabalho ou amigos, e sentir-se isolado emocionalmente.

Quais são os três pilares da Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é caracterizada por três pilares principais, que são amplamente aceitos e reconhecidos na literatura acadêmica. Esses pilares descrevem os principais aspectos da síndrome e são os seguintes:

  1. Exaustão emocional: refere-se a um estado de esgotamento emocional profundo, onde a pessoa se sente emocionalmente drenada e sem recursos para lidar com as demandas do trabalho. Pode incluir sentimentos de cansaço constante, falta de energia e emoções negativas, como irritabilidade, ansiedade e tristeza.
  2. Despersonalização (ou cinismo): esse pilar envolve uma atitude negativa e distanciamento emocional em relação ao trabalho, aos colegas de trabalho e até mesmo às pessoas em geral. A pessoa pode se tornar cínica, insensível e indiferente, tratando os outros com frieza ou desrespeito.
  3. Diminuição da realização pessoal: refere-se à perda de satisfação e realização no trabalho. A pessoa pode experimentar sentimentos de incompetência, falta de motivação e falta de realização profissional. Pode haver uma sensação de não conseguir alcançar metas ou resultados satisfatórios, levando a uma perda de interesse e engajamento nas atividades profissionais.

Quais são as principais causas da Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é causada por uma combinação de fatores relacionados ao trabalho e fatores individuais. Embora fatores externos possam influenciar o desenvolvimento dela, como problemas pessoais, é fundamental destacar que o Burnout surge no ambiente de trabalho.

Dessa forma, é importante entender como preveni-la para garantir que as empresas possam oferecer melhores ambientes de trabalho e colaboradores engajados. Confira as principais causas:

  1. Sobrecarga de trabalho: cargas de trabalho excessivas, pressão constante para atingir metas e prazos apertados podem levar ao esgotamento emocional e físico. Longas horas de trabalho, falta de controle sobre o tempo e alto volume de demandas costumam sobrecarregar seus profissionais.
acompanhamento de metas

2. Falta de controle e autonomia: sentir-se com pouco controle sobre as tarefas, decisões e a forma de realizar o próprio trabalho pode aumentar o estresse e a sensação de falta de autonomia. A falta de participação na tomada de decisões, bem como a percepção de falta de suporte da gestão, podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome.

3. Ambiente de trabalho desfavorável: um ambiente de tóxico, com falta de apoio emocional, relacionamentos ruins com colegas ou superiores, falta de reconhecimento e recompensa pelo trabalho realizado, falta de comunicação eficaz e conflitos interpessoais também podem aumentar o risco de Burnout.

4. Desalinhamento de valores: quando os valores pessoais do colaborador e as expectativas não estão alinhados com as demandas e cultura organizacional, pode ocorrer um conflito interno na pessoa, levando-a a sentimentos de frustração, desmotivação e exaustão.

5. Falta de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal, falta de tempo para atividades de lazer, hobbies e descanso adequado também podem contribuir para o aumento do estresse e do risco de Burnout.

6. Fatores individuais: além dos fatores relacionados ao trabalho, características únicas e pessoais, como a tendência ao perfeccionismo, autoexigência excessiva, baixa autoestima, falta de habilidades de gerenciamento de estresse e falta de suporte social, podem aumentar a suscetibilidade à Síndrome de Burnout.

Quais são as consequências da Síndrome de Burnout as empresas?

A Síndrome de Burnout pode ter várias consequências negativas para as empresas, especialmente quando uma parcela significativa dos colaboradores está exausta. Algumas das principais consequências incluem:

#1 Queda na produtividade

Colaboradores exaustos e sofrendo de Burnout tendem a ter uma diminuição na produtividade. Eles podem ter dificuldade em se concentrar, realizar tarefas com eficiência e manter um desempenho consistente. Isso pode levar a atrasos, erros e queda na qualidade do trabalho.

Profissionais que atuam mais no operacional passam a apresentar mais falhas técnicas enquanto aqueles que atuam com inovação e criatividade tendem a ter uma queda grande na qualidade das entregas.

#2 Aumento do absenteísmo

Os colaboradores que sofrem com a Síndrome de Burnout têm maior probabilidade de faltar ao trabalho constantemente devido a problemas de saúde física e emocional. Isso resulta em um aumento do absenteísmo, o que pode sobrecarregar os demais colaboradores e afetar negativamente o andamento das atividades.

Muitas vezes, essas ausências não são propositais, mas sim um reflexo da necessidade em se cuidar do colaborador.

#3 Rotatividade de funcionários

A Síndrome de Burnout pode levar os colaboradores a buscar outras oportunidades de trabalho ou até mesmo deixar o mercado de trabalho. Isso resulta em uma rotatividade de colaboradores (turnover) mais alta, o que pode ser custoso para as empresas em termos de recrutamento, treinamento e perda de conhecimento.

Hoje, mais do que nunca, a retenção de talentos se tornou uma estratégia importante para a gestão de recursos humanos.

#4 Clima organizacional negativo

Quando uma parcela significativa dos colaboradores está exausta e sofrendo de Burnout, isso pode afetar o clima organizacional como um todo. Pode haver um aumento da tensão, conflitos interpessoais e uma sensação geral de desmotivação e insatisfação. Isso pode prejudicar a colaboração, a comunicação e a coesão da equipe.

Como é possível prevenir o Burnout? Como líderes e RH podem atuar?

O departamento de Recursos Humanos desempenha um papel crucial no apoio aos colaboradores e na prevenção do Burnout. Eles podem fornecer treinamentos, orientações e recursos de suporte para os líderes e colaboradores.

Além disso, o RH pode criar políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável, identificar sinais precoces de Burnout por meio de pesquisas, como o eNPS, fornecer suporte individualizado aos colaboradores e facilitar o acesso a serviços de apoio, como aconselhamento ou terapia.

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O acompanhamento regular do bem-estar dos colaboradores e a implementação de estratégias de prevenção são essenciais para manter a saúde mental e evitar o esgotamento na empresa.

Nesse caso, algumas ações que podem ajudar a prevenir a Síndrome de Burnout em sua empresa são: 

  1. Cultivar um ambiente de trabalho saudável;
  2. Estabelecer expectativas realistas;
  3. Encorajar a autonomia e o controle;
  4. Fomentar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal;
  5. Investir em treinamento e desenvolvimento;
  6. Monitorar os níveis de estresse e bem-estar dos colaboradores;
  7. Promover o apoio psicológico;
  8. Encorajar pausas e descanso durante o dia de trabalho.

Legislação e a Síndrome de Burnout

A partir de 2022, a Organização Mundial da Saúde classificou a Síndrome de Burnout de uma maneira que muda, sendo reconhecida com um novo código na 11ª Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), especificamente o código QD85.

Além disso, a síndrome, que pode ser desencadeada pelo estresse crônico no trabalho e se caracteriza pela tensão resultante do excesso de atividade profissional, tem sido associada a diversos sintomas, como esgotamento físico e mental, perda de interesse no trabalho, ansiedade e depressão.

No contexto legal e de direitos do trabalhador, quando um trabalhador é diagnosticado com Burnout, ele pode ter direito a licença médica remunerada pelo empregador por até 15 dias de afastamento.

Se o afastamento for superior a 15 dias, o colaborador pode ter direito ao benefício previdenciário pago pelo INSS, denominado auxílio-doença acidentário, que prevê a estabilidade provisória. Em casos mais graves, onde há incapacidade total para o trabalho, o empregado pode ter direito à aposentadoria por invalidez, mas isso requer passar pela perícia médica do INSS.

Próximos passos

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Isso porque com um software de recursos humanos você é capaz de identificar, reter e desenvolver talentos por meio de ciclos automatizados de avaliações de competências. Um bom sistema de gestão de pessoas oferece mais autonomia ao RH, pois permite a automatização dos processos e estimula a cultura de feedbacks com uma gestão de talentos inteligentes.

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