Turnaround: o que é e como fazer?

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Nos últimos anos, temos acompanhado a mudança que várias empresas se viram obrigadas a encarar um processo de turnaround. Normalmente não é por falta de planejamento, tampouco por ausência de boas ideias. Muitas vezes, o problema está em outro lugar: na incapacidade de enxergar a companhia de forma sistêmica e agir com foco, disciplina e urgência.
Nesses cenários, é comum que a necessidade de mudança venha acompanhada de uma avalanche de decisões isoladas, desconectadas da estratégia, ou pior, sem ninguém que assuma de fato o papel de conduzir essa transformação com método e visão de futuro.
Empresas podem entrar em processos de turnaround por diversos motivos: crise de mercado, problemas financeiros, crescimento desordenado, perda de competitividade ou mesmo desgaste cultural. E, mesmo reconhecendo os sinais de alerta, muitas se perdem no caminho, por não saber por onde começar, o que priorizar e como manter a organização coesa em um momento tão delicado.
Se você está nesse ponto de inflexão, continue a leitura aqui que eu te ajudo a entender mais sobre!
O que é turnaround?
Turnaround é um processo estruturado de recuperação empresarial, geralmente adotado quando a companhia enfrenta um cenário de crise, seja financeiro, operacional, estratégico ou até mesmo cultural. Normalmente ele é aplicado por grandes empresas, que já foram referência em seus respectivos mercados.
É uma oportunidade rara de redesenhar o rumo do negócio, resgatar a confiança das pessoas e provar que a empresa ainda tem energia para competir no mercado. Mas não existe fórmula mágica. Existe método, prioridade e, acima de tudo, liderança.
Diferente de uma simples reestruturação, o turnaround envolve mudanças profundas e sistêmicas. Isso significa mexer em pilares sensíveis do negócio: portfólio de produtos, modelo de gestão, cultura interna, processos, finanças e até mesmo nas lideranças.
O objetivo não é apenas “voltar a dar lucro”, mas recuperar a relevância estratégica da empresa no mercado e isso exige uma visão ampla, coragem para tomar decisões impopulares e, principalmente, consistência na execução.
Destaco ainda que muitos gestores confundem turnaround com cortes de custo apressados ou troca de peças no tabuleiro sem revisão do jogo inteiro. E o resultado, na maioria das vezes, é uma solução paliativa. Sem clareza do ponto de partida e sem um plano que conecte cada ação ao futuro desejado, é fácil se perder.
Leia também: Como realizar transformações de alto impacto nas empresas?
Por que as empresas entram em processo de turnaround?
Nenhuma empresa inicia o ano planejando um turnaround. Esse tipo de movimento, geralmente, nasce de um acúmulo de sinais ignorados, decisões mal calibradas ou mudanças externas que abalam a estrutura da organização.
Em momentos assim, mesmo grandes empresas se veem obrigadas a repensar tudo: modelo de negócio, cultura, governança, estrutura de capital e até seu propósito.
Abaixo, listo os mais recorrentes que observo no mercado:
1- Queda contínua de receita e rentabilidade
É o gatilho mais comum. A empresa já tentou ações táticas… cortou gastos, lançou promoções, mudou lideranças, mas nada pareceu resolver o problema de fundo. Isso mostra que a crise não é conjuntural, mas estrutural.
2- Crescimento desordenado
Pode parecer contraditório, mas crescer rápido demais também é perigoso. Empresas que expandem sem revisar processos, estrutura e gestão costumam perder o controle. Os custos fixos disparam, os indicadores ficam difusos e a empresa perde agilidade.
3- Falta de alinhamento estratégico
Esse é o tipo de problema que corrói por dentro. O planejamento até existe, mas cada área segue um rumo. As prioridades mudam semanalmente, e o time perde confiança. Aqui, muitos CEOs dizem: “A gente faz muita coisa, mas não anda”.
4- Crises de reputação, compliance ou governança
Um escândalo, uma falha ética ou um problema de governança pode derrubar anos de reputação e comprometer contratos importantes. Nestes casos, o turnaround precisa atuar também na dimensão cultural, reconstruindo credibilidade.
5- Descompasso com o mercado
Quando a empresa demora a se adaptar a novas tecnologias, mudanças no comportamento do consumidor ou movimentos dos concorrentes, ela perde relevância. E, quando percebe, já não tem fôlego para reagir sozinha.
As etapas do processo de turnaround
Conduzir um turnaround empresarial não é como apertar um botão de reset.
Abaixo, compartilho as etapas que são normalmente levadas em consideração em um turnaround, com base em métodos aplicados no mercado e em experiências práticas com companhias de diferentes portes e segmentos:
1- Diagnóstico profundo
Não adianta tratar sintomas sem descobrir a causa. A primeira etapa de um turnaround exige um mergulho completo nos dados, nas operações, nas finanças e, principalmente, na cultura da empresa.
Isso envolve entender o que está gerando perdas, quais áreas estão desalinhadas, onde estão os gargalos e como o mercado está se movimentando. É aqui que se constrói a base para decisões assertivas.
2- Estabilização
Antes de pensar em crescer, é preciso estancar as perdas. Essa fase costuma envolver medidas drásticas e rápidas: cortes de custos não essenciais, renegociação de dívidas, revisão de contratos, ajustes na estrutura organizacional e reforço do caixa.
O foco aqui é garantir sobrevivência com disciplina, governança e comunicação clara com todos os stakeholders.
3- Redesenho estratégico
Com a casa minimamente em ordem, chega o momento de redesenhar o plano. Muitas vezes, o que trouxe a empresa até aqui não será o que vai levá-la adiante.
É nessa etapa que se decide qual é o core do negócio, quais áreas serão priorizadas, o que será descontinuado e como a empresa vai se diferenciar.
Esse novo plano precisa ser viável, realista e conectado à capacidade de execução da organização.
Dica bônus
Ao longo de um processo de turnaround, uma das maiores dificuldades que percebo nas empresas é traduzir o plano em ação coordenada, com visibilidade, controle e agilidade na tomada de decisão. É comum vermos iniciativas importantes se perderem no caminho por falta de acompanhamento estruturado, excesso de planilhas e ausência de governança real sobre o que está sendo feito.
É justamente nesse ponto que o módulo de Business Transformation do STRATWs One foi pensado para apoiar empresas em cenários complexos de transformação, como reestruturações, fusões, viradas de posicionamento ou, claro, processos de turnaround.
Com ele, é possível:
- Mapear, organizar e priorizar todas as iniciativas críticas da transformação, conectando cada uma aos objetivos estratégicos da empresa.
- Criar checkpoints e trilhas de aprovação com diferentes etapas e responsáveis, garantindo que cada decisão siga um fluxo claro e transparente.
- Ter uma visão consolidada do progresso, com dashboards inteligentes que mostram riscos, gargalos, entregas e impactos esperados de cada ação.
- Monitorar a adesão ao plano, com alertas automáticos quando prazos se aproximam, tarefas atrasam ou entregas fogem do escopo original.
- Conectar áreas diferentes da empresa em um ambiente colaborativo, onde cada time entende sua responsabilidade e vê como sua atuação contribui para o todo.
Para organizações em turnaround, isso significa mais do que controle: significa reconstruir confiança nas entregas, gerar tração real nas mudanças e ter clareza sobre o que está funcionando e o que precisa ser corrigido.
4- Engajamento da liderança e da equipe
Um turnaround só funciona quando a liderança veste a camisa. E não basta discurso: é preciso coerência entre o que se fala e o que se faz.
Essa etapa envolve criar um comitê de transformação, definir governança clara e alinhar expectativas com as equipes. Sem isso, o plano vira mais um PowerPoint bonito esquecido na gaveta.
5- Execução com método e ritmo
Planejamento sem execução é só teoria. Aqui entram ferramentas de gestão como OKRs, dashboards de performance, rituais de acompanhamento e sistemas de feedback contínuo.
A visibilidade e a agilidade de resposta são cruciais. Um bom turnaround não depende de grandes discursos, mas de entregas consistentes, semana após semana.
6- Consolidação e retomada do crescimento
Depois de estabilizar e redesenhar, é hora de consolidar os ganhos. Isso inclui ajustes finos, fortalecimento da cultura, monitoramento de resultados e retomada da confiança, tanto interna quanto externa.
Próximos passos
Liderar um processo de turnaround é encarar de frente as causas estruturais que levaram a empresa até ali e conduzir um novo ciclo de transformação.
Ao longo do caminho, não faltam decisões difíceis, resistências internas e momentos de incerteza. Mas quando o processo é bem conduzido, com visão sistêmica e execução rigorosa, os resultados aparecem.
Se esse é o momento que sua empresa está vivendo minha sugestão é clara: não enfrente essa jornada sozinho e sem estrutura. O STRATWs One foi criado justamente para ajudar organizações a colocar a estratégia em prática com clareza, ritmo e alinhamento.
O módulo de Business Transformation é um verdadeiro diferencial para empresas que estão lidando com grandes viradas, reestruturações ou movimentos de transformação profunda.
Conheça o STRATWs One e veja como ele pode apoiar sua empresa a transformar intenções em execução real.