Diagrama de Fluxo de Dados (DFD): o que é e como fazer

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Os dados, quando bem gerenciados, podem ser a chave para a tomada de decisões estratégicas, otimização de processos e alcance de resultados expressivos. No entanto, entender o fluxo desses dados dentro de uma organização pode ser um desafio. É aqui que entra o Diagrama de Fluxo de Dados (DFD).

Para gestores que buscam aprimorar a forma como as informações circulam em suas empresas, o DFD é uma ferramenta essencial. Ele não apenas ajuda a visualizar como os dados se movem, mas também identificar possíveis gargalos, ineficiências e áreas de melhoria.

Se você está interessado em saber mais, neste artigo, te apresento tudo sobre o DFD, explicando seu conceito, sua relevância, os diferentes tipos existentes e como você pode implementá-lo em sua organização.

Continue a leitura e confira!

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O que é um DFD?

O Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) é uma ferramenta gráfica utilizada para representar o fluxo de informações dentro de um sistema ou processo. Ele oferece uma visão visual e estruturada de como os dados se movimentam, são processados e interagem entre diferentes componentes de um sistema ou um projeto.

O DFD é frequentemente utilizado por analistas de sistemas, engenheiros de software e profissionais de TI para entender, analisar e otimizar sistemas complexos.

No entanto, sua aplicação não se limita apenas à tecnologia da informação. Ele pode ser usado em qualquer contexto onde exista a necessidade de compreender o movimento e a transformação de informações, tornando-se uma ferramenta valiosa para gestores em diversos setores.

A beleza do DFD reside em sua simplicidade e clareza. Por meio de símbolos padronizados, ele ilustra entidades, processos, armazenamentos de dados e os fluxos que conectam esses elementos. Cada um desses componentes tem um papel específico:

  • Entidades: representam os produtores ou consumidores de dados. Podem ser pessoas, sistemas ou organizações externas que interagem com o sistema em questão.
  • Processos: indicam as operações ou transformações que ocorrem com os dados. Eles recebem dados de entrada, realizam alguma função e, em seguida, produzem dados de saída.
  • Armazenamentos de dados: simbolizam onde os dados são guardados, seja temporariamente ou permanentemente.
  • Fluxos: são as setas que mostram a direção e o caminho que os dados percorrem entre entidades, processos e armazenamentos.
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Para que serve um Diagrama de Fluxo de Dados?

O Diagrama de Fluxo de Dados é uma ferramenta poderosa com múltiplas aplicações. Sua principal função é representar de forma visual e estruturada o fluxo de informações em um sistema ou processo.

No entanto, seu valor vai muito além de simplesmente criar um desenho do movimento de dados. Aqui estão algumas das principais finalidades e benefícios do DFD:

  • Análise e compreensão de sistemas: o DFD ajuda analistas, desenvolvedores e gestores a entenderem como um sistema funciona atualmente ou como ele é proposto para funcionar. Ele descomplica a complexidade, tornando mais fácil identificar como os dados entram, são processados e saem de um sistema.
  • Identificação de falhas e ineficiências: ao visualizar o fluxo de dados, é possível identificar gargalos, redundâncias ou áreas onde há falta de clareza. Isso permite que as organizações otimizem seus processos, eliminem ineficiências e melhorem a qualidade geral do sistema.
  • Comunicação e colaboração: o DFD serve como uma linguagem comum entre diferentes stakeholders, como desenvolvedores, analistas, gestores e usuários finais. Ele facilita discussões, colaborações e tomadas de decisão ao fornecer uma representação clara e compreensível do sistema.
  • Documentação: em projetos de TI e desenvolvimento de sistemas, a documentação é fundamental. O DFD atua como um registro visual do design e arquitetura do sistema, servindo como uma referência útil para equipes presentes e futuras.
  • Planejamento e design de novos sistemas: antes de desenvolver ou implementar um novo sistema, o DFD pode ser usado para esboçar como ele deverá funcionar. Isso ajuda a garantir que todos os requisitos sejam considerados e que o design final seja eficiente e eficaz.

Qual a relação entre DFD e UML?

O DFD tem como principal objetivo representar o fluxo de dados dentro de um sistema, concentrando-se em como os dados se movem entre processos, armazenamentos de dados e entidades externas.

Em contraste, a Linguagem de Modelagem Unificada (UML), como o próprio nome já diz, é uma linguagem de modelagem, mas mais abrangente, projetada para retratar sistemas orientados a objetos, abordando aspectos como estrutura, comportamento e interações dentro de um sistema.

Dessa forma, enquanto o DFD utiliza uma notação simples, com símbolos específicos para diferentes componentes, a UML oferece uma notação mais complexa e variada, adaptada para cada um de seus diversos tipos de diagramas.

Em termos de aplicação, o DFD é frequentemente empregado nas fases iniciais de análise de sistemas, ajudando a entender o fluxo de dados e a identificar requisitos sem se aprofundar muito nos detalhes de implementação.

Por outro lado, a UML é utilizada ao longo de todo o ciclo de vida do desenvolvimento de software, desde a concepção até a implementação, auxiliando na definição de requisitos, design, arquitetura e até mesmo em aspectos de implementação.

Níveis de um DFD

Os Diagramas de Fluxo de Dados são estruturados em diferentes níveis, cada um oferecendo uma visão detalhada do sistema. Esses níveis permitem que os analistas comecem com uma visão geral de alto nível do sistema e, gradualmente, detalhem os processos em níveis mais específicos.

Os níveis comuns de um DFD são:

DFD de Contexto (Nível 0)

Este é o nível mais alto de um DFD e oferece uma visão panorâmica do sistema inteiro. O sistema é representado como um único processo, mostrando as interações com entidades externas.

Não são mostrados detalhes internos, como subprocessos ou armazenamentos de dados. O objetivo é dar uma visão geral do sistema e de como ele interage com o mundo exterior.

DFD de Nível 1

Este nível detalha o DFD de contexto, dividindo o processo único em subprocessos principais. Ele mostra como os dados fluem entre esses subprocessos e as entidades externas.

Também podem ser introduzidos armazenamentos de dados neste nível. Cada subprocesso pode ser considerado uma função ou módulo principal do sistema.

DFD de Nível 2 (e subsequentes)

Cada subprocesso do DFD de Nível 1 é decomposto ainda mais em detalhes neste nível. O DFD de Nível 2 mostra a interação entre subprocessos mais detalhados, fluxos de dados e armazenamentos de dados.

Se necessário, os DFDs podem continuar a ser detalhados em Nível 3, Nível 4 e assim por diante, dependendo da complexidade do sistema e da necessidade de detalhamento.

Quais são os tipos de DFD?

Os Diagramas de Fluxo de Dados são classificados com base em sua representação e nível de detalhamento. Os “níveis” de um DFD, como mencionado anteriormente, referem-se à profundidade de detalhamento.

No entanto, quando falamos sobre “tipos” de DFD, estamos nos referindo às diferentes formas ou estilos de representação. Aqui estão os tipos comuns de DFD:

DFD Físico

Este tipo de Diagrama de Fluxo de Dados foca em como o sistema opera, ou seja, descreve o fluxo de dados em termos de como e onde os dados são armazenados, os meios pelos quais os dados são transportados e os processos físicos que transformam os dados.

Ele detalha aspectos como dispositivos de hardware, arquivos físicos e layouts de banco de dados. O DFD físico é mais preocupado com a infraestrutura real do sistema.

DFD Lógico

Em contraste com o DFD físico, o Diagrama de Fluxo de Dados lógico se concentra no que acontece com os dados no sistema, independentemente de como ele é implementado fisicamente.

Ele representa os processos, fluxos e armazenamentos de dados sem se ater a detalhes técnicos ou físicos. O DFD lógico é mais abstrato e foca nas funções e transformações que ocorrem no sistema.

Quais são os símbolos do DFD?

Os Diagramas de Fluxo de Dados utilizam um conjunto padronizado de símbolos para representar diferentes componentes do sistema. Estes símbolos ajudam a visualizar o fluxo de dados, os processos, as entidades e os armazenamentos de dados.

Aqui estão os símbolos comuns usados:

1- Processo

Representado por um círculo, oval ou retângulo arredondado. Um processo indica uma transformação ou operação que ocorre com os dados. Ele recebe dados de entrada, realiza alguma função e, em seguida, produz dados de saída.

2- Fluxo de dados

Representado por uma seta. A seta mostra a direção do fluxo de dados e pode ser rotulada para indicar o tipo ou natureza dos dados que estão sendo transferidos. Ela conecta processos, armazenamentos de dados e entidades, mostrando como os dados se movem no sistema.

3- Entidade

Representada por um retângulo aberto ou uma elipse. Uma entidade é um produtor ou consumidor de dados e geralmente representa um usuário externo, sistema ou organização que interage com o sistema em questão. Ela pode enviar ou receber dados do sistema.

4- Armazenamento de dados

Representado por duas linhas paralelas ou por um retângulo aberto com uma extremidade aberta. Indica onde os dados são armazenados, seja temporariamente ou permanentemente. Pode representar um arquivo, banco de dados ou qualquer outro meio de armazenamento.

5- Terminal (ou Fonte/Destino)

Em algumas variações de DFD, um símbolo de terminal pode ser usado para indicar o início ou o fim de um fluxo de dados, especialmente em sistemas mais antigos.

Como fazer um diagrama de fluxo de dados?

Criar um Diagrama de Fluxo de Dados envolve uma série de etapas sistemáticas para garantir que o diagrama seja abrangente, preciso e útil. Confira a seguir, um passo a passo sobre como fazer um:

Passo 1: Defina o escopo

Antes de começar a desenhar o DFD, é essencial definir o escopo do sistema ou processo que você deseja representar. Determine as fronteiras do sistema, identificando o que estará dentro e fora do seu diagrama

Passo 2: Identifique as entidades externas

Estas são as fontes ou destinos de dados que interagem com o sistema, mas estão fora das fronteiras definidas. Podem ser diferentes stakeholders, como um usuário, outro sistema, um fornecedor, um cliente, etc.

Passo 3: Liste os processos principais

Identifique as principais funções ou operações que ocorrem dentro do sistema. Pense nos processos como transformações onde os dados entram, são processados e, em seguida, saem.

Passo 4: Identifique os fluxos de dados

Determine como os dados se movem entre entidades, processos e armazenamentos de dados. Isso inclui entender quais dados são necessários para cada processo e de onde eles vêm ou para onde vão.

Passo 5: Determine os armazenamentos de dados

Identifique onde os dados são mantidos dentro do sistema, seja temporariamente ou permanentemente. Pode ser um banco de dados, um arquivo, uma planilha, etc.

Passo 6: Comece com o DFD de Contexto

Desenhe um DFD de alto nível (DFD de Contexto) que mostre o sistema como um único processo, as entidades externas e os fluxos de dados entre eles. Isso fornece uma visão geral do sistema.

Passo 7: Desenvolva DFDs de níveis mais detalhados

A partir da etapa anterior, comece a detalhar os subprocessos. Cada processo no DFD de Contexto pode ser expandido em um diagrama de Nível 1, mostrando subprocessos mais detalhados, fluxos de dados e armazenamentos de dados. Se necessário, continue a detalhar ainda mais em Nível 2, Nível 3 e assim por diante.

Passo 8: Use a notação correta

Ao desenhar o DFD, certifique-se de usar os símbolos corretos para processos, fluxos de dados, entidades e armazenamentos de dados. Mantenha a consistência em todo o diagrama.

Passo 8: Revise e valide

Uma vez que o DFD esteja completo, revise-o para garantir que ele represente com precisão o sistema ou processo. É útil envolver outras partes interessadas ou especialistas para validar o diagrama.

Passo 9: Documente

Além do próprio diagrama, é útil documentar qualquer informação adicional, como descrições de processos, definições de dados ou especificações. Isso torna o diagrama mais compreensível para quem o estiver usando.

Passo 10: Atualize conforme necessário

Os sistemas e processos podem evoluir com o tempo. Certifique-se de revisar e atualizar o DFD conforme as mudanças ocorram para garantir que ele continue sendo uma representação precisa.

Regras e dicas para fazer um DFD

Confira agora, cinco dicas essenciais para fazer um diagrama de sucesso:

#1 – Ser consistente em sua notação e terminologia

Evite usar diferentes símbolos ou termos para representar o mesmo tipo de componente ou ação. Mantenha a simplicidade e evite sobrecarregar o diagrama com detalhes desnecessários. O objetivo é que o DFD seja facilmente compreendido por qualquer pessoa que o visualize.

#2 – Fluxo de dados deve ter uma direção clara

Evite fluxos de dados “solitários” ou “pendentes” que não se conectam a nada. Além disso, rotule os fluxos de dados de forma clara e descritiva para indicar o tipo ou natureza dos dados que estão sendo transferidos.

#3 – Processos definidos

Evite processos que pareçam existir em isolamento. Se um processo não tem entrada ou saída de dados, pode ser um sinal de que algo foi omitido ou mal compreendido.

#4 – Evite ciclos ambíguos

Se um ciclo é identificado, certifique-se de que ele tem uma lógica clara e não cria ambiguidade. Em muitos casos, ciclos complexos podem ser um sinal de que o sistema ou processo precisa ser reavaliado ou simplificado.

#5 – Hierarquia e decomposição

Ao criar DFDs de níveis mais detalhados, certifique-se de que a informação flui consistentemente entre os níveis. Por exemplo, os fluxos de dados e entidades presentes no DFD de Nível 1 devem estar alinhados com os do DFD de Contexto.

Benefícios em contar com um diagrama de fluxo de dados

Como já deu pra notar, líderes que fazem uso do Diagrama de Fluxo de Dados contam com uma série de benefícios. Caso eles não tenham ficado claros, destaco alguns deles:

  • Visualização clara: o DFD oferece uma representação gráfica do fluxo de dados em um sistema ou processo. Isso facilita a compreensão de como os dados se movem, são processados e interagem, tornando o sistema mais acessível e compreensível.
  • Facilita a comunicação: o DFD serve como uma linguagem comum entre diferentes stakeholders, como desenvolvedores, analistas, gestores e usuários finais. Ele ajuda a alinhar a compreensão de todos sobre o sistema e facilita discussões e colaborações.
  • Identificação de ineficiências: ao visualizar o fluxo de dados, é possível identificar gargalos, redundâncias ou áreas onde há falta de clareza. Isso permite otimizar processos, eliminar ineficiências e melhorar a qualidade geral do sistema.
  • Documentação valiosa: o DFD atua como uma documentação visual do design e arquitetura do sistema. Isso é útil não apenas durante as fases de desenvolvimento e implementação, mas também para treinamento, manutenção e futuras atualizações.

Próximos passos

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