Metas de Sustentabilidade: como alinhar às suas estratégias ESG? 

Guilherme Rabello

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Você se senta na reunião do comitê, e mais uma vez alguém pergunta: “E as metas de sustentabilidade, estão evoluindo?” 

Todo mundo respira fundo, já que a resposta é: depende. Depende do que o investidor quer ver. Depende da próxima regulamentação que pode entrar em vigor. Depende do que sua área técnica está conseguindo medir. 

Se você é C-Level ou está na alta liderança, sabe que as metas de sustentabilidade viraram um daqueles assuntos inevitáveis. Estão na pauta dos conselhos, no radar do mercado, nas exigências de stakeholders que não aceitam mais o básico. 

Mas isso não significa que está claro de como conectar isso à estratégia da empresa sem virar um projeto paralelo, desconectado da operação. 

Mas não se preocupe, a leitura a seguir, com certeza vai te ajudar. Confira: 

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O que são metas de sustentabilidade e por que estão no radar da alta liderança? 

As metas de sustentabilidade são compromissos mensuráveis assumidos pela empresa para reduzir seus impactos ambientais, sociais e de governança (ESG). 

Podem ser desde metas de descarbonização e uso de energia renovável, até práticas ligadas à diversidade, inclusão, direitos humanos na cadeia produtiva, transparência e integridade corporativa. 

A ideia é que essas metas estejam conectadas aos objetivos estratégicos da empresa e não sendo usadas apenas para poder colocar no papel, ou sequer isso, cometendo o famoso greenwashing

Quando uma empresa não tem metas de sustentabilidade claras, integradas à estratégia e acompanhadas de perto pela liderança, o mercado interpreta como falta de visão e preparo. 

Você provavelmente já viu alguma empresa, que por um erro ou fraude, foi boicotada ou “cancelada” e com isso, perdeu investidores e autoridade no mercado. 

IFRS S1/S2, TCFD, GRI, CSRD: o que sua empresa precisa saber agora? 

Se você está liderando uma empresa de médio ou grande porte, é provável que tenha ouvido os seguintes nomes nos últimos tempos: 

  • IFRS S1 
  • IFRS S2 
  • TCFD 
  • GRI 
  • CSRD 

Essas siglas representam novos padrões de jogo, permitindo que as organizações tenham parâmetros quanto às metas de sustentabilidade e o que pode ser feito sem prejudicar o crescimento da empresa, mas ainda de olho nos pilares ambientais, sociais e de governança. 

É claro que existem mais, mas esses que eu citei são alguns dos mais famosos na atualidade e estão servindo de base para investidores usarem como régua para avaliar se as empresas estão comprometidas. 

Vou trazer um pouco mais detalhe para cada uma delas: 

1- IFRS S1 e S2 

Ambos são os novos padrões globais criados pelo International Sustainability Standards Board.Eles foram criados para padronizar a divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade e ao clima, facilitando a compreensão e comparação por parte de investidores e stakeholders. 

  • O S1 foca mais na divulgação de informações (governança) sobre riscos e oportunidades que a empresa oferece e que pode afetar os resultados financeiros. 
  • O S2 foca mais na parte climática, padronizando como as mudanças climáticas impactam as empresas, e o que você está fazendo a respeito. 

Esses padrões foram criados para dar mais confiança aos investidores, conectando as metas de sustentabilidade à estratégia corporativa. 

No Brasil, tanto a Vale, quanto a Petrobras já fazem uso dessas normas. Segundo a Deloitte, a expectativa é que 51% das empresas tentem adequar os seus relatórios de informações de sustentabilidade ainda este ano. 

2- TCFD 

A sigla TCFD refere-se à “Task Force on Climate-related Financial Disclosures“, uma iniciativa criada em 2015 pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) do G20. 

Seu objetivo é desenvolver recomendações para que empresas divulguem informações financeiras relacionadas a riscos e oportunidades climáticas de forma transparente e consistente. 

O TCFD propõe que as divulgações sejam estruturadas em quatro áreas principais: 

  1. Governança: como a liderança da empresa supervisiona e gerencia riscos e oportunidades relacionados ao clima. 
  1. Estratégia: os impactos reais e potenciais dos riscos e oportunidades climáticos nos negócios, estratégia e planejamento financeiro da organização. 
  1. Gestão de riscos: como a empresa identifica, avalia e gerencia os riscos relacionados ao clima. 
  1. Indicadores: as métricas e metas utilizadas para avaliar e gerenciar riscos e oportunidades relacionados ao clima 

3- GRI 

O GRI, ou Global Reporting Initiative, é uma organização internacional independente que desenvolve padrões para relatórios de sustentabilidade. 

Esses padrões são estruturados de forma modular, permitindo que as organizações escolham os tópicos mais relevantes para suas operações. Eles são divididos em três categorias principais: 

  • Normas Universais: aplicáveis a todas as organizações, fornecendo orientações gerais sobre como relatar informações de sustentabilidade. 
  • Normas Setoriais: específicas para determinados setores, abordando os impactos mais relevantes de cada indústria. 
  • Normas Temáticas: focadas em tópicos específicos, como emissões de gases de efeito estufa, direitos humanos, entre outros. 

4- CSRD 

A CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) é uma diretiva relativamente nova da União Europeia que visa melhorar e expandir os requisitos de relatórios de sustentabilidade para empresas. Ela substituiu a NFRD (Non-Financial Reporting Directive) e introduz normas mais detalhadas e abrangentes. 

Agora, a CSRD exige que as empresas divulguem informações detalhadas sobre suas práticas de sustentabilidade, políticas ESG, riscos e impactos ambientais e sociais, bem como sobre a diversidade de gênero nas empresas. 

O objetivo é fornecer aos investidores e outras partes interessadas informações mais abrangentes sobre o desempenho não financeiro das empresas e seu impacto na sociedade e no meio ambiente. 

Como estruturar metas ESG que gerem valor e não apenas relatórios? 

Imagino que você provavelmente já tentou implementar metas de sustentabilidade aí na sua empresa. 

Tentou defini-las, reuniu sua equipe, montou uma planilha bonita e até publicou um relatório. Mas tudo isso virou apenas uma ação isolada. 

A operação seguiu do mesmo jeito. Os líderes de área continuaram com suas metas. E o que era para ser um avanço estratégico virou só mais um item no radar de compliance ou pior: um ponto de cobrança do conselho e dos investidores

Acredite: isso acontece com frequência. Porque estruturar metas ESG que realmente geram valor exige muito mais do que boas intenções ou ações isoladas. Exige um redesenho da forma como sua organização enxerga risco, performance e propósito. 

Então por onde (re)começar? 

1. Coloque sustentabilidade no mesmo nível das metas financeiras 

Se suas metas de sustentabilidade não estiverem lado a lado com as metas de crescimento, margem ou retorno ao acionista elas vão ser ignoradas. Parece óbvio, mas ainda é raro. Só que empresas que lideram o tema já entenderam: sustentabilidade é driver de geração de valor

Empresas que vincula remuneração variável dos colaboradores ao desempenho ESG, por exemplo. Isso muda tudo. A meta deixa de ser “dos outros” e passa a ser de todos. 

2. Use a análise de materialidade como ponto de partida estratégico 

Se você já ouviu falar em matriz de materialidade e achou burocrático, talvez tenha feito da forma errada. A materialidade, quando bem conduzida, revela o que de fato importa para o mercado e para a sustentabilidade do seu negócio

Ela é uma ponte entre riscos futuros, pressões externas e o que a liderança precisa priorizar hoje. 

Um bom exemplo são as empresas de celulose, que utilizam a materialidade para priorizar metas robustas em biodiversidade e uso da água, conectadas diretamente à sua operação florestal e à relação com comunidades locais. 

3. Evite o erro da meta “bonita e genérica” 

Dizer que “vai neutralizar carbono até 2050” já não impressiona ninguém. O que investidores e o board querem saber é: 

  • O que você já fez? 
  • O que fará nos próximos 12 meses? 
  • Quanto isso impacta os números? 

Prefira metas intermediárias, com entregas de curto prazo, responsáveis nomeados e vínculo com os indicadores da empresa. 
 

Você pode, por exemplo, definir metas de ESG atreladas ao uso de energia solar em 100% dos empreendimentos até daqui 2 anos. Isso estará no plano de negócio não em um relatório à parte. 

4. Traga a governança para o jogo 

A governança é o que impede a sustentabilidade de ser só discurso. Sem ela, as metas ESG viram peças de marketing. Inclua as metas em comitês executivos, relacione com auditorias internas, vincule aos ciclos de planejamento estratégico e OKRs. 

O BTG Pactual, por exemplo, tem um comitê ESG no nível do Conselho e publica metas atreladas à concessão de crédito sustentável. Isso impacta o core business, não apenas o marketing. 

Próximos passos 

Para líderes que estão cansados de lidar com metas de sustentabilidade desconectadas da estratégia, o STRATWs One pode ser exatamente o que faltava. A plataforma foi pensada para trazer clareza, governança e visibilidade para metas que realmente importam. 

Com ela, você integra planos de ação ao planejamento estratégico, conecta indicadores ESG aos objetivos corporativos e facilita o acompanhamento por todas as camadas da organização, inclusive pelo board. 

Além disso, a solução da Siteware centraliza informações, evita retrabalho, reduz riscos de comunicação e transforma metas de sustentabilidade em compromissos monitoráveis e acionáveis, com responsáveis claros e entregas visíveis. É o tipo de solução que ajuda sua empresa a parar de empilhar relatórios e começar a gerar impacto real.

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