Siteware no Estado de Minas!

CONTEÚDO

Gerir depois da bonança

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CEO da Siteware, Marcello Ladeira, escreveu uma matéria que foi publicada no jornal Estado de Minas de hoje, 17/6/2015.

O artigo fala sobre a gestão nos tempos de dificuldade econômica e sobre crescimento de alguns segmentos de mercado nos últimos dez anos, como setor automobilístico, varejo, mineração e engenharia civil. Marcello aborda, ainda, a necessidade de otimização de processos para passar por momentos de crise.

Confira o texto abaixo! Boa leitura!

Gerir depois da bonança

Depois de mais de uma década apresentando um Produto Interno Bruto (PIB) positivo, com um pequeno soluço, em 2009, ocasionado pela “marola” refletida no Brasil durante a crise dos países ricos, o país se depara, agora, com uma nova realidade. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já projeta que o Brasil passará pela “mais grave” retração dos últimos 20 anos. Não há economista, sem viés político, que acredite em um número positivo para a economia deste ano. As discussões agora já buscam entender o que devemos esperar de 2016 e 2017.

No período de resultados positivos, alguns setores foram agraciados por políticas de estímulo ao consumo, de benefícios tributários ou para atender a demandas externas -fatores que permitiram estes segmentos serem capazes de sustentar as taxas de crescimento chinesas. A construção civil, no período de 2004 a 2013, alcançou um crescimento de quase 52,81%, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e a mineração atingiu 388,9%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Já os setores automobilístico e varejo elevaram as suas marcas para 165,5% e 123,8%, no mesmo período, conforme indicadores da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da SerasaExperian, respectivamente. Para a maioria das empresas desses e de outros setores, na década de 2000, foi mais fácil, rápido e lucrativo apostar no aumento da produção, mesmo que sacrificando ou se descuidando da produtividade.

O cenário recessivo atual, ocasionado pelo descontrole fiscal do governo, aliado à redução da demanda internacional por nossas commodities, descortina uma realidade a qual estávamos desacostumados. Nossas empresas agora são forçadas a fazer “mais com menos”. Passamos a ter uma grande preocupação com a contenção dos custos, o que só evidencia o quanto estávamos sendo ineficientes e permissivos. Vale lembrar, aqui, a frase atribuída a Marcel Telles e a Margin Rodrigues da 3G Capital: “custos e despesas são como unhas, estão sempre crescendo. Periodicamente precisam ser cortados”.

Agora é o momento de direcionar um olhar crítico para dentro das empresas: descobrir oportunidades de melhorias nos processos, identificar onde ocorrem desperdícios, máquinas e equipamentos obsoletos que já não são capazes de alcançar os níveis de produtividade de suas versões mais novas. É o momento de estimular a inovação dentro das equipes, afinal as melhores ideias surgem nos momentos de necessidade.

Os desafios do momento para as empresas brasileiras parece ainda maior, pois deixamos de aproveitar as sobras do momento de prosperidade para investirmos em infraestrutura. Nossa realidade hoje é uma matriz logística ineficiente, baseada no transporte rodoviário com estradas subdimensionadas e com combustível caro. Além de escoamento portuário precário, tudo isso afeta o valor dos nossos produtos, dificultando nossa competitividade internacional e reduzindo as vantagens de estarmos com uma moeda enfraquecida perante ao dólar.

Tudo na vida, incluindo a economia, é cíclico. Sabemos que o período atual é passageiro e novos períodos de crescimento virão. Aqueles que souberem otimizar seus processos, aumentando a produtividade e aperfeiçoando os controles de custo terão o melhor dos dois cenários e uma grande vantagem perante a seus concorrentes.