Execução da estratégia: principais falhas e como realizar de forma eficiente

CONTEÚDO

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A formação profissional e conhecimento técnico são extremamente importantes no desenvolvimento de um bom gestor. Com elas, é possível traçar planos estratégicos que consigam suprir as diferentes necessidades da empresa de maneira efetiva.

A construção do plano de ação é a primeira etapa para o sucesso da empresa. No entanto, muitas vezes é considerado o único passo relevante, prejudicando consideravelmente a execução da estratégia

Todo o processo de aplicação deve ser acompanhado e adaptado constantemente. Diversas vezes, líderes com muito conhecimento técnico apresentam uma performance insatisfatória, e o motivo é, justamente, a falta de monitoramento da execução. 

Por isso, hoje vamos te contar os principais motivos pelos quais esse processo falha, além de dar algumas dicas práticas para você poder otimizar a capacidade de execução da sua empresa. 

O que é execução estratégica, de acordo com um especialista?

Lawrence Hrebiniak, especialista em estratégia da Wharton School da University of Pennsylvania, define a execução estratégica como “um processo disciplinado ou um conjunto lógico de atividades conectadas que permite que uma organização utilize uma estratégia e a faça funcionar”. 

Em uma palestra da HSM, em São Paulo, ele explicou que apesar das pessoas terem um grande conhecimento sobre o planejamento das ações, o andamento da estratégia é o que define a essência do trabalho administrativo. “A execução exige comprometimento e paixão pelos resultados, independente do nível da administração”. 

Ademais, Hrebiniak também aproveitou a conversa para reforçar que colocar um plano em prática é a parte mais difícil do processo. “Os gerentes não podem executar um plano confuso, desfocado ou mal gerado. A estratégia conduz ou afeta um grande negócio, devendo ser desenvolvida com cuidado”. 

Ou seja, estratégias mal-pensadas resultam em planos fracos de aplicação. “Uma estratégia ruim gera uma execução deficiente. Estratégias mal-concebidas praticamente garantem resultados deficientes na execução”. 

A falha na execução estratégica

Após entender o que é execução da estratégia, vamos entender onde muitos falham nesse processo.

A taxa de sucesso da performance estratégica nas empresas é incrivelmente baixa. As porcentagens de falha encontradas em estudos científicos variam de 7% a 90%, com uma média de 50% (conforme relatado em um artigo de revisão de 2015 de Candido e Santos no Journal of Management & Organization). Embora uma leve melhora possa ser observada ao longo dos anos, essas porcentagens ainda não são satisfatórias. Afinal, significa que metade das estratégias adotadas não estão sendo executadas adequadamente. 

Para fazer melhor, precisamos entender por que isso acontece – por que, depois de centenas de estudos acadêmicos e milhares de projetos estratégicos fracassados, ainda não fazemos melhor que isso? A resposta simples seria que; executar com êxito uma boa estratégia é excepcionalmente difícil. Mas isso dificilmente é uma resposta gratificante. Há muitas outras coisas que são excepcionalmente difíceis e que conseguimos realizar de maneira satisfatória. 

Portanto, para começar, precisamos ter um bom entendimento dos problemas que as organizações enfrentam ao executar sua estratégia. Quando conhecemos esses problemas, entendemos as razões subjacentes à falha na execução de planejamento estratégico, o que nos ajuda a encontrar as soluções.

Como parte da pesquisa realizada na Parte 2 do The Strategy Handbook (que trata da execução da estratégia), foi feito um inventário dos problemas mais importantes que as organizações enfrentam ao executar sua estratégia. Acontece que, essa lista de problemas é surpreendentemente estável ao longo do tempo. Nos últimos trinta anos, eles se resumem à seguinte lista. 

20 problemas principais na execução da estratégia

  1. Comunicação pouco clara
  2. Comunicação inexistente ou insuficiente
  3. Falta de comprometimento
  4. Recursos insuficientes ou inadequados
  5. Ações isoladas e fragmentadas
  6. Objetivos estratégicos ambíguos ou conflitantes
  7. Estratégia inexistente ou pouco clara
  8. Sem prioridades claras
  9. Responsabilidades ambíguas
  10. Falta de informações de desempenho
  11. Relutância em compartilhar informações 
  12. Cultura errada ou ineficaz
  13. Resistência à mudança
  14. Excesso de complexidade
  15. Recursos de gerenciamento insuficientes
  16. Atraso, os planos não são cumpridos
  17. Orçamento excedido
  18. Falta de suporte à gerência intermediária
  19. A estratégia não está adaptada às mudanças
  20. Má liderança

Essa lista de problemas mostra o que dá errado na execução da estratégia e o que continua dando errado repetidamente. Se queremos melhorar nossa capacidade de execução e taxa de sucesso, significa que esses são os problemas a serem enfrentados. Veja mais no vídeo sobre falhas na execução da estratégia com Tiago Domingues, nosso Europe Country Manager. Confira!

As 6 perguntas que você deve fazer para garantir os objetivos estratégicos

Para o especialista em estratégia, existem 6 pontos de atenção que podem ajudar uma corporação a efetuar uma execução de estratégia eficaz. Quais são eles? Confira abaixo!

1ª pergunta – O que precisa ser mudado?

Quando estamos criando uma estratégia, estamos buscando uma solução para um problema. Seja ele aprimorar processos ou aumentar vendas, toda a equipe precisa entender qual é a importância dessa mudança.

2ª pergunta – Quanto tempo a equipe terá para executar a estratégia?

Aprimorar processos e aumentar vendas são cenários focados no médio-longo prazo e podem ter um espaço de tempo maior. Já um plano para mitigar riscos em uma fábrica pode ser mais urgente e não oferece um grande prazo.

De nada adianta criar um plano perfeito, se ele não pode ser incorporado a tempo pelas equipes. Não se esqueça da máxima: feito é melhor que perfeito.

3ª pergunta – A execução será gradual ou abrupta?

Do mesmo jeito que o tempo pode influenciar o seu plano, o tipo de implementação é outro ponto a ser considerado. Afinal, há estratégias que devem ser incorporadas lenta e metodicamente, para acompanhar os impactos, enquanto outras podem precisar de agilidade e eficiência.

4ª pergunta – Quem é o responsável pela estratégia?

Apesar de acreditarmos que a união faz a força, é imprescindível que toda a equipe responsável pela estratégia corporativa entenda quem está cabeceando o projeto e terá mais voz durante dúvidas e decisões finais.

5ª pergunta – Existe resistência à estratégia?

Imagine o setor de atendimento ao cliente de uma multinacionais que está executando um planejamento estratégico para incorporar chatbots aos seus chats online. É claro que esse setor terá resistência à mudança – especialmente se ele não participar dessa inovação.

É importante ressaltar que a resistência pode impactar a implementação de uma estratégia. Por isso, essa é uma das perguntas mais importantes a ser feita durante um planejamento.

6ª pergunta – Quais mudanças estão funcionando?

Há quem acredite que após a implementação de uma estratégia, o trabalho acabou. Mas a verdade é que ele está apenas começando.

Apenas após a adoção da nova estratégia que a equipe confirmará quais foram os métodos que trouxeram os melhores resultados, quais etapas precisam ser revisadas e se há gargalos que estão impedindo o sucesso do processo.

Com o monitoramento dos resultados, garantimos que o seu projeto estará mais perto de alcançar seu objetivo estratégico.

Como otimizar a execução da estratégia nas empresas: 7 dicas para lhe apoiar nesse processo

Diante dos principais problemas que foram apresentados acima, podemos traçar estratégias e pontos de atenção para que a execução da estratégia não falhe dentro das empresas. Por isso, separamos os principais para você, confira: 

1. Invista na comunicação

Como foi possível observar, os dois primeiros tópicos que prejudicam a execução de planejamento estratégico nas empresas são referentes à comunicação. Por isso, tente sempre comunicar claramente sua lógica e trabalhar na compreensão. Muitas vezes, gestores se prendem à métricas ilusórias de comunicação, por exemplo, o número de emails enviados, número de reuniões sobre o assunto, etc. 

Por isso, tente não se prender a esses números e comece a adotar uma abordagem mais qualitativa e menos quantitativa. Sua equipe realmente entendeu a lógica por trás daquela estratégia? As metas, objetivos e tarefas estão claros? 

2. Assuma responsabilidade

Muitas vezes, quando é observada uma falha na execução da estratégia, o primeiro impulso do líder é culpar a falta de alinhamento entre os integrantes do projeto. No entanto, nem sempre esse é o problema. É sempre importante lembrar que as ações do líder irão refletir de maneira clara no desempenho da equipe. 

Por isso, reserve esse momento para fazer uma autocrítica. Fiz o meu papel enquanto líder? Apoiei, guiei e estive disponível para meus colaboradores durante todo o processo? A partir dessas reflexões, tente traçar ações para investir em boa coordenação e melhor liderança de projetos

Se você quer investir na sua liderança e promover o engajamento da sua equipe, confira nossas dicas:

3. Faça ajustes constantes

Uma solução aparentemente óbvia para melhorar a execução da estratégia seria a realocação de recursos. No entanto, muitas pessoas se deixam enganar por essa tática e adotam ela como única opção, sendo que na verdade ela faz parte de um conjunto de estratégias muito válidas que, juntas, melhoram a execução. 

Além disso, muitos gestores pensam que a redistribuição de tarefas e recursos é uma tarefa pontual. Muito pelo contrário, os ajustes devem ser feitos constantemente e devidamente baseados nas análises feitas a partir do acompanhamento da execução da estratégia. 

4. Stakeholders como colaboradores dos projetos

Sua equipe de criação e execução da estratégia está criada. Mas e se você também incorporasse os colaboradores nesse processo?

Um estudo chamado “efeito Ikea” revelou que as pessoas preferem móveis que puderam participar ativamente da construção do que os pré-fabricados, mesmo quando o resultado é inferior. 

Quando aplicada na estratégia corporativa, essa pesquisa reafirma o poder do stakeholder para o sucesso da sua empresa. Apesar do trabalho adicional de incluí-los, o resultado será mais rápido e a diversidade de pensamentos irá melhorar a qualidade da estratégia. 

5. Mudanças são o novo padrão corporativo

O homem é um animal de hábitos. Nós acordamos, comemos, trabalhamos e dormimos em horários parecidos. Então é claro que esse costume também impactaria as organizações, tornando o hábito contagiante e persistente.

E isso pode impactar as execuções de estratégias. Apesar de existirem maneiras mais fáceis e rápidas de realizar processos, os colaboradores insistem nos processos antigos – muitas vezes sem nem perceber essa mania.

Por isso, a importância da execução é tratar as mudanças como o novo padrão! Apesar desse ser um processo complexo, existem algumas tarefas que podem ajudar, como:

  • Trocar colaboradores de departamentos;
  • Oferecer reuniões, treinamentos, workshops e bate-papos com especialistas;
  • Incentivar as pessoas a desenvolverem novas maneiras de realizar processos;
  • Assumir clientes diferentes para desencadear um novo olhar das equipes;
  • Criar projetos que se encaixam na nova estratégia corporativa e “empurrem” as equipes em direção da inovação.

6. Agilidade não vem em primeiro lugar

Realizar projetos de maneira rápida e dentro dos prazos é importante? Sim. No entanto, a agilidade jamais pode se sobrepor ao limites estratégicos do plano. Uma vez que o gestor cobra agilidade excessiva dos colaboradores, eles podem e tendem a realizar as tarefas com menos afinco, apenas para entregá-las no prazo. 

Por isso, busque sempre uma harmonia entre agilidade e alinhamento. Afinal, é preferível ter uma estratégia bem executada que dure mais tempo para ser realizada, do que uma estratégia rápida que não gere nenhum resultado, pois foi executada de maneira insatisfatória. É melhor ajustar o prazo do que comprometer a qualidade. 

7. Tenha flexibilidade na concentração de poder

A burocracia dentro das empresas é um dos elementos que mais atrapalha o bom fluxo dos processos internos de um negócio. Em um primeiro momento, concentrar a tomada de decisão de topo e monitorar todas atividades dos funcionários, pode parecer uma boa ideia. No entanto, a autonomia é essencial para que os processo ocorram de maneira fluida. 

Além disso, é importante ter em mente que um bom líder é aquele que seus subordinados não precisam dele o tempo todo. Afinal, você contratou aqueles profissionais porque confia confia e aposta nas habilidades e conhecimentos deles. Ser muito burocrático não só atrasa processos, como também gera desmotivação na equipe, diminuindo a produtividade. 

Perfeita execução da estratégia com o STRATWs One

A execução da estratégia não é um trabalho rápido ou fácil, mas é necessário para o sucesso da corporação. Durante o desenvolvimento da estratégia, é importante investir em ferramentas que possam apoiar a equipe, como o STRATWs One.

Esse software para gestão empresarial é pensado especialmente para otimizar a performance corporativa. Com isso, o sistema fornece todas as funcionalidades necessárias para que você possa estruturar sua estratégia com maestria, além de acompanhá-la em tempo real através de indicadores de desempenho. 

Assim, caso seja observado um desempenho insuficiente, é possível rapidamente mudar o plano, garantindo o sucesso e mitigando prejuízos. Mas não é só isso! Com ele, seu negócio se transforma:

  • Criando e acompanhando KPIs de processos, projetos e pessoas;
  • Compartilhando informações com agilidade e transparência;
  • Usando a meritocracia e a gestão à vista para motivar e gerenciar equipes;
  • Potencializando a governança corporativa;
  • Facilitando a troca de informação e a comunicação entre departamentos
  • Encontrando oportunidades de melhoria;
  • Fazendo a gestão de reuniões e do portfólio de projetos.

Texto traduzido e adaptado de Forbes: 20 Reasons Strategy Execution Fails

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